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Alckmin sobre Lula: “Luta de vocês deu ao Brasil maior líder popular” O ex-tucano foi escolhido como vice na chapa encabeçada pelo petista à Presidência da República

14 de abril de 2022, 18h02 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

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Por Metrópoles

Em evento com as centrais sindicais nesta quinta-feira (14/4), ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-governador Geraldo Alckmin, escolhido como vice na chapa petista, rasgou elogios à luta sindical que, para ele, foi capaz de produzir “o maior líder popular” do país. “A luta de vocês, sindicalistas, deu ao Brasil o maior líder popular desse país: Lula”, disse Alckmin.

“Estamos em um dia histórico. Reunem-se aqui as maiores centrais sindicais do Brasil e isso nos remete à nossa história. Todas as vezes que o Brasil estava em risco, o país se uniu, não se apequenou”, disse o ex-governador.

Durante o evento, Lula chegou a sugerir que o ex-tucano possa coordenar, em um eventual futuro governo, uma mesa de negociações de direitos trabalhistas com empresários.

Em muitos momentos da gestão, em São Paulo, o ex-governador teve embate com os sindicatos. Agora, ao lado de Lula, Alckmin tenta vencer antigas resistências enfatizando a necessidade de o Brasil se unir para derrotar o governo de Jair Bolsonaro. “Quando precisava tirar o país da ditadura, o Brasil se uniu”, disse.

“O Brasil está aqui unido nesse momento grave, no qual temos um governo que odeia a demoracia, tem admiração pela tortura. É nesse momento de fome, de morte de 662 mil pessoas, que o Brasil se agiganta nessa reunião histórica. Venho somar o meu esforço, pequeno, humilde, mas de coração”, disse o ex-governador.

Lula levou Alckmin ao seu reduto político e que, em muitos momentos, foi hostil às gestões do ex-governador. Além disso, o petista ainda apontou que o ex-tucano terá papel central na coordenação das negociações entre trabalhadores e empresários.

Caso seja eleito, Lula pretende estabelecer uma mesa de diálogo que terá foco na recuperação de direitos dos empregados e na construção de proposta para uma nova reforma trabalhista.

“Nós vamos criar uma mesa de negociação. Ela pode ser coordenada pelo vice-presidente, não precisa ser pelo presidente. E vai ter lá os dirigentes sindicais, vai ter lá os empresários”, disse Lula.

“Deixa eles explicarem porque que não podem dar. A gente não vai fazer nada na marra, a gente vai fazer é negociando, com a permissão deles, para a gente poder exercer o direito de negociar a contratação coletiva e o respeito por aquilo que a gente acorda”, disse Lula, durante seu discurso no evento organizado pelas centrais, se dirigindo ao ex-governador.

Lula chegou a expor para o ex-tucano a necessidade de dar direitos aos trabalhadores de aplicativos e apontou como norte as experiências de formação de cooperativas implantadas na cidade de Araraquara, governada pelo petista Edinho Silva.

“Alckmin, vou citar um exemplo que você conhece bem. O da cidade de Araraquara, onde esses trabalhadores já formaram dois aplicativos”, apontou o petista.

A ideia que constará no programa de governo já foi apontada em matéria do Metrópoles e segue um modelo adotado na Espanha. As negociações pretendem envolver sindicatos, representantes do setor empresarial e abrir negociações prévias antes de se enviar para o Congresso uma proposta de mudança na atual lei trabalhista.

Lula também tratou de desfazer as críticas a Alckmin, destacando a união agora das centrais em torno de sua pré-candidatura. “É plenamente possível o Lula e o Alckmin fazerem uma chapa para reconquistar a confiança do povo brasileiro”, disse.

“É uma novidade na minha vida política. Sou sindicalista, sou amigo de todos vocês. Nunca todas as centrais estiveram juntas para apoiar uma candidatura à Presidência da República”, disse Lula.

Durante o evento, Alckmin foi chamado diversas vezes de “companheiro”, sinalizou com a cabeça concordando com as falas, acenou para pessoas da plateia e, com o braço erguido, entoou o grito de guerra dos petistas: “Olê, olá, Lula”.

Pauta unificada

Lula recebeu dos sindicalistas uma pauta unificada dos trabalhadores, documento que foi debatido na Conferência da Classe Trabalhadora (Conclat 2022), realizada há uma semana. Participaram da conferência a CUT, a Força Sindical, a UGT, a CSB, a CTB, a Nova Central, a Conlutas, a Intersindical e a Pública.

O documento relaciona 63 propostas com medidas emergenciais e estruturais para garantir empregos, recuperar direitos trabalhistas e previdenciários, fortalecer a representação sindical, além de promover a democracia e a vida. Antes de ser debatida, as reinvindicação chegaram a ser afinadas com a equipe de Lula e, por isso, guarda total coerência com as propostas do petista.

Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

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