Por Metrópoles
PT e PSD avançaram, nos últimos dias, nas negociações para fechar uma aliança eleitoral este ano em Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral do Brasil.
O acordo costurado prevê que o PT apoie a candidatura do ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD) ao governo mineiro, mas que as duas siglas lancem candidaturas ao Senado.
Os dois postulantes à única vaga ao Senado que estará em disputa este ano seriam o deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG) e o senador Alexandre Silveira (PSD-MG), que tentará reeleição.
Inicialmente, Reginaldo resistia a essa “candidatura dupla” dele e de Silveira ao Senado. Nos últimos dias, porém, o deputado avisou a cúpula do PT topar esse acordo.
A candidatura dupla, porém, ainda depende do TSE. Uma consulta sobre a possibilidade já foi apresentada na Corte e tem parecer favorável da Procuradoria-Geral Eleitoral. A decisão final será do ministro Ricardo Lewandowski.
Reginaldo vice
Outro cenário debatido para viabilizar o acordo entre PT e PSD em Minas seria Reginaldo ser candidato a vice-governador na chapa de Kalil. O deputado petista e uma parte do PSD, contudo, resistem a essa ideia.
Na avaliação de aliados do ex-prefeito, ele não pode abrir mão de ter o atual presidente da Assembleia Legislativa mineira, Agostinho Patrus (PSD), como vice, em razão da boa interlocução política dele no interior do estado.
Reunião Lula e Kassab
As negociações entre PT e PSD em Minas Gerais avançaram após uma reunião recente entre o ex-presidente Lula e o ex-ministro Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD.
O encontro aconteceu na primeira semana de maio, na véspera da viagem de Lula a Minas. O ex-presidente visitou o estado na semana passada, mas não se encontrou presencialmente com Kalil.
No PSD, a avaliação é de que o apoio de Lula ao ex-prefeito é vital para garantir a vitória dele sobre o atual governador Romeu Zema (Novo), que concorrerá à reeleição.
Levantamento do Paraná Pesquisas mostrou que, quando vinculado a Lula, Kalil alcança 34,6% das intenções de voto, à frente de Zema, que tem 33,1%, quando atrelado ao candidato do Novo ao Planalto, Luiz Felipe D’Ávila.
Nos bastidores, aliados de Lula e de Kalil dão o acordo como certo. Mas ponderam que o anúncio oficial ainda vai demorar mais um tempo. “Em Minas está resolvido, mas o jogo vai ser de paciência”, disse um petista à coluna.
Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula