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Bolsonaro tenta emparedar o ministro Moraes, mas com sucesso duvidoso

19 de maio de 2022, 10h51 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

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Por Hoje em Dia/Blog do Lindenberg – blogdolindenberg@hojeemdia.com.br

O que pretende o presidente Bolsonaro ao pedir uma investigação contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal? A resposta, o presidente da República obteve ontem, com a recusa do ministro Dias Toffoli, ao negar provimento à queixa-crime contra Alexandre de Moraes. E com o endosso do presidente da Corte, Luiz Fux, e do ministro presidente do TSE, Edson Fachin. Ambos saíram em defesa de Moraes destacando a seriedade como ele tem tratado o tema, sobretudo ao analisar as fake news, tão usadas na campanha de 2018 pelos robôs bolsonaristas.

O que se comenta é que, na verdade, o presidente Jair Bolsonaro tentou uma jogada, isto é, desviar a atenção de que ele é investigado e passar por vítima de uma ala do Supremo Tribunal Federal, ao mesmo tempo em que jogaria uma cortina de fumaça sobre o assunto e ainda poderia usar o tema na campanha eleitoral que, a rigor, já começou.

Mas, ao que tudo indica, a possível jogada não vai dar certo. Primeiro porque todos já a manjaram, incluindo os ministros do Supremo. Segundo porque, para manter uma boa relação com o STF, o procurador Geral da República, Augusto Aras, não estaria disposto a agravar ainda mais a relação entre o Executivo e o Judiciário.

Isso quer dizer que Aras não pediria ou não endossaria um pedido de investigação contra o ministro Alexandre de Moraes, ainda que sua decisão possa desagradar o presidente da República.

Atitudes recentes de Augusto Aras mostram que ele está empenhado em distensionar a crise institucional.

Na terça-feira, o procurador Geral da República destoou por exemplo do presidente Jair Bolsonaro, ao dizer que as eleições ocorrerão normalmente e que “o Ministério Público Eleitoral e a Justiça Eleitoral estarão atentos a ataques contra a democracia, bem como atuantes no combate às fake news”, num discurso inteiramente ao contrário do presidente da República, que insiste em tentar desmoralizar o processo eleitoral e sobretudo as urnas eletrônicas.

De qualquer maneira, a expectativa é que a investigação do presidente da República continue e que não terá nenhuma repercussão jurídica, ainda que possa ter alguma exploração política, sobretudo na campanha eleitoral.

Não custa lembrar, a propósito, que no ano passado o presidente da República pediu o impeachment do ministro Alexandre de Moraes no Senado e o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco, o arquivou na semana seguinte.

Atenção para a crise no PSDB nacional: o ex-governador de São Paulo, João Dória, não compareceu ao almoço ao qual deveria ir e com isso adiou a decisão que poderia colocar um ponto final na crise que envolve o partido. João Dória se recusa a compor com Simone Tebet, por exemplo, e reclama que as prévias partidárias devem prevalecer em qualquer momento.

No pé de João Dória está o ex-governador de Minas, Aécio Neves, que, aliás, vem liderando a disputa para o Senado em Minas, embora não se saiba ainda se ele vai disputar a Câmara Alta ou se vai continuar como deputado federal.

Foto: Evaristo Sá/AFP

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