Por G1
O Ibovespa, principal índice de ações da bolsa de valores de São Paulo, a B3, fechou em alta nesta terça-feira (24), mesmo puxado para baixo pela nova troca de presidente da Petrobras nos holofotes.
O indicador subiu 0,21%, a 110.581 pontos. Veja mais cotações.
Na segunda-feira, a bolsa fechou em alta de 1,71%, a 110.346 pontos. Com o resultado de hoje, passou a acumular alta de 2,51% no mês, e alta de 5,49% no ano.
O que está mexendo com os mercados?
Com operação em negativo por boa parte do dia, os investidores reagiram ao anúncio de mais uma troca no comando da Petrobras em meio a progressiva elevação do preço dos combustíveis e críticas à política de preços da estatal.
O Ministério de Minas e Energia anunciou em nota oficial na noite desta segunda-feira (23) a demissão de José Mauro Ferreira Coelho, após 40 dias no cargo. Foi a terceira troca de presidente da estatal no governo Jair Bolsonaro.
As ações da Petrobras cairam quase 4%. Em Nova York, as ADRs da Petrobras (recibos das ações da petroleira negociados na Bolsa dos EUA) chegaram a cair mais de 11% no pré-mercado.
Deve-se considerar que as ações da petroleira também começam a ser negociadas nesta terça sem o direito do pagamento de dividendos anunciado no último dia 5, o que também contribuía para puxar o preço dos papeis para baixo.
Na avaliação do Credit Suisse, “mudanças recorrentes para o cargo de CEO aumentam substancialmente a percepção de riscos” para a Petrobras. O banco destaca, porém, que não espera mudanças significativas na política de preços da Petrobras no curto prazo.
A Petrobras está há 73 dias sem reajustar o preço do combustível nas refinarias. Trata-se do maior intervalo sem reajustes em ao menos mais de 2 anos e meio. Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) aponta defasagem de 8% na paridade internacional e diz que Petrobras está ‘segurando preços’.
O Ibovespa acabou sendo auxiliado por ações de commodities e bancos, que tiveram dia positivo e têm grande peso no índice. A Vale e Itaú Unibanco subiram quase 1,5%, Bradesco teve alta maior que 2%.
Na agenda de indicadores, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) – considerado uma prévia da inflação oficial do país – desacelerou para 0,59% em maio, mas atingiu 12,20% em 12 meses, acima das expectativas do mercado.
Para a Capital Economics, o novo aumento da inflação brasileira corrobora a visão de que haverá outros 0,75 ponto percentual de alta no atual ciclo de aperto monetário, com a Selic subindo para 13,50%.
Foto: KEVIN DAVID/A7 PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO