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Placa que homenageava Marielle Franco em BH é arrancada

7 de setembro de 2019, 19h12 | Por Letícia Horsth

by Letícia Horsth

A placa em homenagem à vereadora Marielle Franco que estava fixada no canteiro da avenida Bernardo Monteiro, no Floresta, na região Central de BH, foi arrancada. Instalada no dia 10 de agosto como uma homenagem à vereadora assassinada no ano passado, na quarta (4), o assunto ganhou repercussão na capital e três suspeitos foram ao local arrancar a “sinalização”.

De acordo com o Portal BHAZ, os suspeitos seriam dois funcionários da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e um policial militar, que também trabalha na Casa.

O militar Victor Marques juntamente com os jovens Lucas Burlamaque e Nikolas Ferreira trabalham para o deputado estadual Bruno Engler (PSL) e são integrantes do movimento “Direita Minas”. Eles postaram um vídeo nas redes sociais mostrando o momento em que arrancam a placa que renomeava popularmente o local como “Praça Marielle Franco”.

“Não pode deixar que a esquerda jogue contra as regras do jogo, fique homenageando falsos heróis e a gente simplesmente fique tranquilo quanto a isso. Sou contrário a qualquer tipo de manifestação que não seja autorizada por lei, então tá aí essa placa aí (sic.), arrancamos essa porcaria, pois isso aqui não é herói para ninguém”, diz o jovem Nikolas Ferreira. Na filmagem ele está acompanhado do PM Victor Marques (de rosa) e quem filma é Lucas Burlamaque.

De acordo com lavadores de carro que trabalham na região onde a placa estava instalada, os rapazes se identificaram como funcionários da ALMG, alegando que a placa infringia a lei. Na sequência, eles retiraram a homenagem.

O BHAZ conversou com o deputado Bruno Engler. Segundo ele, os rapazes foram até o local durante o horário do almoço. Diante disso, ele não tinha ciência da retirada da placa. “Eu não ordenei que fossem lá, nem estava sabendo da ação, mas, se arrancaram a placa, eu corroboro. Os moradores da região chamam aquele local de praça Perrela, quem chama de praça Marielle é só um grupo político”, afirma Engler.

O deputando afirma também que a placa é irregular, já que não foi colocada pela prefeitura. “Não há de se falar em depredação de patrimônio, não quebraram nada, devolveram aos respectivos donos, então estou 100% de acordo”, diz.

A retirada da placa causou revolta nos militantes que haviam homenageado Marielle. O grupo alega que a placa será recolocada em breve e o movimento será maior para oficializar o local junto à prefeitura de BH.

O batismo da praça foi realizado no dia 10 de agosto, durante evento do movimento “Ocupa Floresta”, grupo que visa ocupar as regiões do bairro. Na ocasião, mais de 50 artistas realizaram apresentações de teatro, música, cordel, blocos de Carnaval etc.

De acordo com a integrante do movimento Casa Socialista, Misley Pereira, houve um aumento no engajamento. “Outras pessoas, além das que se envolveram no ato político e espontâneo de colocar a placa em homenagem à Marielle, se engajaram e aderiram ao processo e o fato de tirarem a placa daqui serviu como um mobilizador. Agora, o objetivo é transformar realmente isso em um espaço social, real e oficializado pela prefeitura com o nome de Marielle Franco. Se a intenção era nos silenciar, só potencializou nossa ação”, afirma.

Em Belo Horizonte, de acordo com a Lei Orgânica, cabe à Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) ou ao Executivo enviar projetos de lei para a alteração de nomes de ruas e praças. Segundo os integrantes da Casa Socialista, a bancada de vereadores de esquerda da capital já se mobiliza para levar o assunto adiante.

Fonte/Créditos: Portal BHAZ
https://bhaz.com.br/2019/09/06/policial-assessores-placa-marielle/

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