Por CNN
A eleição de Caio Mario Paes de Andrade como novo presidente da Petrobras não deve levar a uma mudança na política de preços da estatal, segundo Sérgio Araújo, presidente da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis).
Em entrevista à CNN nesta segunda-feira (27), ele afirmou que não acredita em uma tentativa do governo federal de mudar a paridade com os preços internacionais do petróleo, e avaliou a aprovação de Andrade como positiva.
“A Petrobras é uma empresa muito grande, e precisa realmente ter um líder, um presidente. Quanto mais tempo fica nessa condição de interinidade, pior, mas não acredito que vá fazer uma mudança na política de preços”, disse.
Ele ressaltou que a estatal tem um compromisso de comercializar suas commodities seguindo os preços de mercado, e que não vê como a companhia poderia fazer isso de forma diferente.
Araújo afirmou ainda que, caso a estatal segure reajustes futuros de preços, existiria a possibilidade de um desabastecimento. “A prática de preço artificial pela Petrobras inibe a realização de operações de importações por agentes privados. Acho que ninguém vai estar disposto a fazer importação e concorrer com um agente do tamanho da Petrobras, é natural que as operações fossem reduzidas ou até eliminadas, e em contexto de demanda maior aumenta o risco de desabastecimento”.
O presidente da Abicom avalia que as defasagens atuais em relação aos preços internacionais, de 10% para a gasolina e 9% para o diesel, “inviabilizam a realização de operações de importação por agentes independentes, então se faz necessário esse realinhamento, e é o que o mercado espera, que a Petrobras continue com a política de equiparação e alinhamento com preços de mercado, considerando que infelizmente o Brasil não tem capacidade suficiente de refino para atender a demanda”.
Sem uma interferência, Araújo diz que não acredita em um cenário de desabastecimento de diesel, em especial porque as grandes importadoras já estão buscando garantir o volume necessário para atender seus contratos.
Ele afirma, porém, que “os clientes sem contratos e não vinculados a distribuidoras podem ter mais vulnerabilidade, pode evoluir para um problema no fornecimento, mas não desabastecimento”.
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