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Professor é demitido após criticar Bolsonaro numa escola particular Professor foi demitido de tradicional colégio particular, em Goiânia, após ser criticado por blogueiro pelo uso de charges nas atividades

30 de junho de 2022, 16h37 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

by Redação ★ Blog do Lindenberg

Por Metrópoles

Um professor de sociologia do Colégio Visão, uma tradicional escola particular da capital goiana, foi demitido após ser criticado pelo blogueiro bolsonarista e de direita Gustavo Gayer. A crítica foi motivada pela charge utilizada pelo educador em um lista de exercícios para alunos do Ensino Médio. O caso aconteceu nessa quarta-feira (29/6).

Na questão, por meio da tirinha do artista André Dahmer, o professor Osvaldo Machado questiona os alunos sobre “qual elemento do Estado que está sendo retratado na tira abaixo?”. A imagem mostra um personagem fazendo comentário ao ler um jornal: “Mais um assalto em São Paulo. Ainda bem que temos a polícia para combater a violência em prol… da barbárie”.

Por meio das redes sociais, Gayer, que é pré-candidato a deputado, expôs a lista de exercícios, mostrou a imagem sem mostrar questão do documento e alegou que se tratava de uma “doutrinação” no ensino e “ódio à polícia”. “O professor de sociologia ensinando nossos filhos que a polícia causa a barbárie. Odeia a polícia, mas ama os bandidos”, diz ele no vídeo.

No entanto, alunos da instituição usaram o intervalo das aulas para protestar contra a demissão e em apoio ao educador. Também foi criada uma hashtag #voltaOsvaldo.

Veja vídeo do protesto:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Charge no ENEM

Pelo Twitter, André Dahmer se manifestou: “O colégio Visão não sabe, mas meu trabalho aparece com frequência em concursos públicos e vestibulares. Em 2011, um dos meu quadrinhos foi tema de redação do ENEM”, disse o artista.

Em nota à imprensa, O Colégio Visão afirmou que segue um código de conduta. “A escola possui um Código de Conduta que veda manifestações políticas, partidárias ou ideológicas em ambiente escolar. A direção do Colégio mantém um canal de diálogo aberto com alunos e familiares, sempre pautando suas ações no Código de Conduta.”

Descontextualizado

Por meio de um áudio, o professor afirmou que a questão foi descontextualizada pelo crítico. “Era uma lista de recuperação. Ele fala que é uma prova”. “Nunca pedi em sala-de-aula para que avaliassem se policiais ou bandidos estavam certos. Com certeza você sabe”, disse Osvaldo em resposta a uma aluna. Ainda segundo o professor, “a resposta era que o Estado é o único que pode usar a força. É só isso”.

Foto: Reprodução

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