Por Em
O deputado federal André Janones (Avante-MG) criticou a ação de alguns membros da esquerda que participam de movimentos elitistas em prol da Democracia. Para ele, enquanto a esquerda não adotar um discurso popular, o “bolsonarismo continuara nadando de braçadas”.
“Enquanto a esquerda não trocar ‘renda mínima’ por ‘dinheiro pro povo’, ‘carta em defesa a democracia’ ao invés de ‘carta em defesa do povo’, e ‘nossas diretriz de programa’ por ‘nossas propostas para os brasileiros’, o bolsonarismo continuará nadando de braçadas”, explicou o deputado
Para ele, não há nenhum problema em se viver em uma bolha, mas, o erro acontece quando “não percebemos isso e tomamos a nossa realidade paralela, no caso a nossa bolha, como a realidade factual.”
“A internet permitiu a ascensão de todas as classes do ponto de vista de comunicação. Todos falam e, com a devida proporção, formam opinião. A arrogância de alguns setores da elite intelectual não lhes permite compreender que João Gomes com o seu ‘piseiro’ forma mais opinião hoje do que Chico e Caetano com sua genialidade. Enquanto isso, alguns, como Reinaldo Azevedo e cia, preferem chamar o sertanejo (gênero preferido de nove entre dez pessoas do povo), de ‘breganejo’”, afirmou.
Para Janones, essas eleições serão decididas nas cidades interioranas, de 2, 3, 20 mil habitantes, totalmente fora do radar da esquerda, mas onde o bolsonarismo tem livre acesso. “Por lá, o Face é o WhatsApp por exemplo, nao é uma rede, mas, sim, um jornal”, continua.
“O que sai por lá, vira verdade absoluta, instantaneamente. E o bolsonarismo sabe bem disso. Esses que estão ali, esquecidos pela arrogância da nossa elite intelectual, por alguns setores da esquerda e pelos twitters adoradores de Chico e Caetano (aliás, diga-se de passagem, a maioria por lá nem sabe que o Twitter foi criado ainda), são amparados por Bolsonaro”, afirmou.
O deputado ainda disse que Bolsonaro gera em pessoas de baixa renda uma sensação de pertencimento. “O pensamento é lógico e compreensível: é preferível alguém que faz piada comigo e fala besteira o tempo todo, do que alguém que nem sabe que eu existo”, disse. “Como cantou Cazuza: “eu vejo um futuro repetir o passado, eu vejo um museu de grandes novidades”, explicou.
“Ou a gente sai das fiesps da vida, da USP e do Twitter e tomemos os grupos de Whats, as comunidades, as feiras populares e o interior do país, ou já era. Chega de esperar que o povo venha até nós, é hora de irmos ao povo!”, concluiu.
O “Beabá da Política”
A série Beabá da Política reuniu as principais dúvidas sobre eleições em 22 vídeos e reportagens que respondem essas perguntas de forma direta e fácil de entender. Uma demanda cada vez maior, principalmente entre o eleitorado brasileiro mais jovem. As reportagens estão disponíveis no site do Estado de Minas e no Portal Uai e os vídeos em nossos perfis