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Janones dá a receita ao PT: é preciso acabar com a arrogância da esquerda

16 de agosto de 2022, 09h03 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

by Redação ★ Blog do Lindenberg

Por Hoje em Dia/Blog do Lindenberg – blogdolindenberg@hojeemdia.com.br

O deputado André Janones, candidato à reeleição à Câmara dos Deputados, depois de aderir à candidatura do ex-presidente Lula e desistir de ser candidato à presidência da República pelo Avante, não deixa de ter razão ao defender uma mudança de linguagem no discurso petista. Para Janones, o discurso do PT é dirigido a uma elite e além disso não sai da bolha de conforto petista.

Para o deputado, recém convertido à campanha do ex-presidente Lula, a esquerda peca por aderir a alguns modismos, como por exemplo, insistir em movimentos em defesa da democracia quando o PT, Lula inclusive, deveria adotar um discurso mais popular, a menos que a campanha queira deixar “Bolsonaro continuar nadando de braçada”.

Insiste André Janones: – enquanto a esquerda não trocar “renda mínima” por “dinheiro pro povo”, “carta em defesa da democracia” ao invés de “carta em defesa do povo” e “nossa diretriz de programada” por “nossas propostas para os brasileiros” o bolsonarismo vai ficar, isso sim, na sua zona de conforto. É preciso que a esquerda, ensina André Janones, mude o discurso e fale uma linguagem popular. Para ele não há problema em se viver numa bolha, mas o erro acontece quando “não percebemos isso e tomamos a nossa realidade paralela, no caso a nossa bolha, como a realidade factual”. Janones vai além e explica: – a internet permitiu a ascensão de todas as classes do ponto de vista da comunicação. Todos falam e, com a devida proporção, formam opinião. A arrogância de alguns setores da elite intelectual não lhes permite compreender que João Gomes com seu “piseiro” forma mais opinião hoje do que Chico e Caetano com sua genialidade. Enquanto isso, alguns, como Reinaldo Azevedo e cia. preferem chamar o sertanejo (gênero preferido de nove entre dez pessoas do povo) de “breganejo”, aí não dá”.

E as pesquisas continuam ora provocando delírios ora decepções. Depois da Quaest, que deixa o ex-presidente Lula quase num empate técnico com o presidente Bolsonaro, surgiu o Datafolha dando uma frente pró-Lula de 17 pontos. Na pesquisa estimulada, segundo o Estado de Minas, Lula (PT) crava 47 pontos percentuais, Bolsonaro (PL) 29 pontos, Ciro Gomes (PDT) oito, Simone com dois e os demais com um ponto ou nem pontuaram. Isso mostra que, pelo menos por essa pesquisa, o humor dos eleitores não mudou.

O risco, no entanto, permanece para o ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, que tem praticamente a metade das intenções de voto do governador Romeu Zema. Isso obrigaria Kalil a andar mais e penetrar no interior do Estado, onde está a maioria do eleitorado de Minas. Por sua vez, Lula precisa estar mais presente em Minas, até porque Bolsonaro também cresceu em Minas, segundo a pesquisa da Quaest. E no sábado o presidente Bolsonaro admitiu que na ditadura militar, que durou 25 anos, “houve tapa, cascudo, afogamento, ninguém vai negar que teve isso, mas do lado de cá também sofremos”. Bolsonaro mente mais uma vez. Durante a ditadura dos generais houve torturas, mortes e exílio. O caso Herzog é emblemático nesse sentido. Ele foi enforcado quando estava sob custódia do Estado numa prisão do Exército, em São Paulo.

Foto: @AndreJanonesAdv/Twitter

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