Por CNN
O CEO da Quaest, Felipe Nunes, avaliou nesta quarta-feira (31), durante o quadro Arena Eleições, da CNN, uma característica única da disputa presidencial nas eleições de 2022: o fato de um presidente no exercício do mandato, Jair Bolsonaro (PL), ter como principal adversário um ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Quando dois presidentes se enfrentam, o que está em jogo é quem merece uma segunda chance”, afirmou Nunes.
Segundo ele, o primeiro turno deve ser mais “achatado entre Lula e Bolsonaro”. “Porém, essa diferença deve aumentar no segundo turno porque os votos de Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB), fundamentalmente, vão para Lula”, completou.
As chances de decisão no primeiro turno
Na avaliação de Nunes, as “chances das eleições serem definidas no primeiro turno são cada vez menores”. O CEO da Quaest ressaltou que a soma do percentual de intenção de voto de todos os candidatos, com exceção de Lula, soma mais que o percentual de votos do líder das pesquisas.
Pesquisa Genial/Quaest para as eleições presidenciais de 2022, divulgada nesta quarta, traz o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com 44% das intenções de voto no primeiro turno, seguido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), com 32%.
Na sequência, aparecem Ciro Gomes (PDT), com 8%, e Simone Tebet (MDB), com 3%. Pablo Marçal (Pros) e Vera Lúcia (PSTU) empatam com 1%. Outros seis candidatos não pontuaram: Felipe D’Avila (Novo), José Maria Eymael (DC), Leonardo Péricles (UP), Roberto Jefferson (PTB), Sofia Manzano (PCB) e Soraya Thronicke (União Brasil).
O cenário econômico, com a taxa de desemprego no Brasil em 9,1%, recuo de 1,4 ponto percentual na comparação com o trimestre anterior, “é positivo para o presidente”, de acordo com Nunes.
“Se isso vai se ser transferido em voto, vai depender da capacidade de Bolsonaro mudar sua imagem”, analisou.
Contudo, ele frisou que “as pessoas perceberam que os auxílios do governo são medidas com objetivo eleitoral. Mais de 60% dos brasileiros acham que o presidente esteja fazendo isso para ganhar as eleições.”
Boris Casoy fala sobre papel de Ciro em eventual 2º turno
Na avaliação do comentarista da CNN Boris Casoy, “Ciro Gomes é um ponto importante para haver segundo turno ou não.”
“Não vejo a possibilidade – pelos números e pelas tendências – de que algum deles [Ciro Gomes, Simone Tebet, Felipe D’Avila e Soraya Thronicke] possa florescer e tentar alguma coisa em relação aos dois protagonistas [Lula e Bolsonaro], afirmou Boris.
O cientista político Rafael Cortez aponta que “devemos continuar a ver uma eleição cada vez mais radicalizada”.
Segundo o especialista, “Lula e Bolsonaro têm pouco incentivo para bater nesses outros candidatos [Simone Tebet e Ciro Gomes]”. “Eles vão começar a precisar atrair os eleitores desses candidatos em um eventual segundo turno”, disse.
Veja a íntegra do quadro no vídeo acima.
Foto: Produção