Por O Tempo
O atual vice-governador de Minas Gerais, Paulo Brant (PSDB), candidato ao governo do Estado na chapa de Marcus Pestana (PSDB), publicou um vídeo em suas redes sociais, nesta sexta-feira (16), acusando o atual governo de usar “a máquina pública para pressionar deputados, candidatos e prefeitos” em troca de apoio político. Segundo Brant, o Palácio Tiradentes, uma das sedes do governo, estaria sendo utilizado para que esses encontros com autoridades fossem viabilizados.
No vídeo, gravado em frente a Cidade Administrativa, o vice-governador acusa Romeu Zema (Novo), candidato à reeleição, de ter atitudes anti-democráticas, muitas vezes, agindo como um “monarca”. Ontem, o Ministério Público Eleitoral instaurou uma notícia de fato para apurar uma denúncia contra o candidato ao Senado Marcelo Aro (PP) por suposto uso da Cidade Administrativa para receber prefeitos em busca de apoio eleitoral.
“Isso não é uma república, isso é uma monarquia. Infelizmente, o governo atual confunde as coisas (…) eles fazem o uso desavergonhado da máquina pública pressionando deputados, candidatos a deputados , pressionando prefeitos, usando promessas de recursos públicos para coagir esses políticos”, denuncia Brant, que ainda cita o desmanche de seu gabinete depois ser escolhido em convenção partidária para concorrer ao cargo de vice-governador na chapa do PSDB ao Governo de Minas.
No último mês, Zema exonerou 23 servidores que pertenciam à vice-governadoria do Estado. “Essa confusão entre coisa pública e coisa privada, está na raiz de um dos maiores males do país, está na raiz da corrupção e do autoritarismo. Temos que combater veementemente essa confusão (…) precisamos urgentemente restaurar Minas Gerais em uma república”, afirma.
A reportagem de O Tempo procurou o governo de Minas e a campanha do atual governador Romeu Zema para comentar as acusações e aguarda um posicionamento.
A assessoria do deputado e candidato ao Senado Marcelo Aro também foi procurada para se pronunciar sobre a denúncia recebida pelo Ministério Público, e informou, na noite deste sábado, que o posicionamento do candidato é o mesmo enviado a O TEMPO no dia 4 de junho. Na data, o jornal publicou reportagem que mostrava que Aro estava despachando da Cidade Administrativa.
Na ocasião, o deputado afirmou que a liderança de governo no Congresso seria, sim, um cargo, embora não seja administrativo, já que é de livre nomeação de Zema.
“Eu tenho, sim, um cargo no governo de Minas: eu sou líder do governo no Congresso Nacional e uma das tarefas do líder é ser ponte entre os congressistas e o governo. É uma das minhas tantas tarefas. Não estou despachando da Cidade Administrativa. O que eu faço é intermediar essas conversas entre o governo e os parlamentares e as lideranças”, explicou à época.
Naquele momento, Aro ainda era cotado para ser o vice de Zema. Ele negou qualquer relação entre as reuniões com a então possível indicação para o cargo.
“Isso não é uma atitude recente, nova, nada disso. Sempre fiz essas reuniões”, pontuou. “Você até pode falar que eu venho sendo notadamente um preferido para compor a chapa por outros fatores, como ser do maior partido que apoia a reeleição do governador, por ser líder de governo, por ser uma das pessoas mais próximas dentro do núcleo etc.”, disse Aro na reportagem publicada no dia 4 de junho.
Foto: Reprodução/Redes Sociais