Por Metrópoles
A escolha dos membros da comitiva levada pelo presidente Jair Bolsonaro ao funeral da rainha Elizabeth II em Londres é alvo de questionamentos pela Câmara dos Deputados.
Na última terça-feira (20/9), o deputado federal Marcelo Calero (PSD-RJ) protocolou dois requerimentos de informação ao ministro Carlos França (Relações Exteriores) pedindo esclarecimentos.
Os pedidos questionam, em especial, a escolha dos membros que viajaram à Inglaterra. Dentre eles, a presença do pastor Silas Malafaia, líder da igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, na comitiva.
O próprio Malafaia confessou que não sabia o motivo de ter sido escolhido. O pastor também acompanhou Bolsonaro em Nova York, onde o presidente participou da Assembleia Geral da ONU.
“O Presidente da República estava acompanhado do senhor Silas Malafaia, líder religioso e apoiador declarado do Governo. Conforme manifestação do próprio senhor Malafaia, ele mesmo não sabia a motivação do convite, uma vez que não ocupa posto no Ministério das Relações Exteriores, ou em qualquer outro órgão do Governo Federal”, afirma o deputado em seu pedido.
Calero também pergunta ao Itamaraty sobre os custos que a embaixada brasileira em Londres teve para que Bolsonaro falasse com seus apoiadores na varanda da residência oficial do chefe da missão.
O presidente, que negou que estivesse na Grã-Bretenha para fazer política, fez um um discurso de cunho eleitoral diante de seus apoiadores que compareceram à embaixada.
O deputado federal fluminense, que é diplomata de carreira, requisita ainda acesso aos telegramas diplomáticos trocados pela embaixada e o Ministério das Relações Exteriores nos últimos dois meses.
Foto: Rachel Sabino/Especial Metrópoles