Por G1
O presidente Jair Bolsonaro recebeu nesta quinta-feira (6) o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), deputados federais reeleitos e governadores. No encontro, o candidato do PL à reeleição, disse que nos últimos anos falou “demais muitas vezes”, ofendeu algumas pessoas “de forma não intencional” e pediu desculpas.
O encontro ocorreu no Palácio da Alvorada – residência oficial da Presidência da República em Brasília. Entre os presentes, estavam os governadores reeleitos Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás; Gladson Cameli (PP), do Acre; e Antônio Denarium (PP), de Roraima. Os três apoiam a reeleição de Bolsonaro.
Ministros e a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, que discursou no evento, também participaram da reunião.
O pedido de desculpas de Bolsonaro se deu no momento em que o presidente falava sobre medidas tomadas durante a pandemia da Covid-19 e em meio à guerra da Ucrânia.
“Como todo o respeito ao Legislativo, quem decide na ponta da linha, sozinho muitas vezes, é o chefe do Executivo – é o prefeito, o governador, é o presidente. As decisões não são fáceis. E trago comigo um ensinamento militar: ‘Pior do que uma decisão mal tomada é uma indecisão’. Nós nunca nos omitimos, mesmo com o desgaste”, afirmou.
“Falei demais muitas vezes, reconheço, ofendi algumas pessoas de forma não intencional, me desculpem, mas é o calor de uma luta da vida contra a morte, no caso da pandemia”, completou Bolsonaro.
Em um breve pronunciamento, Michelle pediu desculpas pelos “palavrões” do marido, com os quais disse não concordar. Ela também parabenizou os congressistas reeleitos e afirmou estar “saindo” da sua “zona de conforto” para ajudar o candidato do PL.
“Não sou essa oradora, como ele [Bolsonaro] fala. Realmente, estou saindo da minha zona de conforto, prefiro ser mãe e esposa, ajudadora, porque esse é o papel da mulher. Mas, se Deus quer assim, vou pedir a Ele para me dar sabedoria”, afirmou Michelle.
“Perdão a todos pelos palavrões do meu marido. Eu não concordo, mas ele é assim. Tem gente que gosta, né?”, acrescentou a primeira-dama.
Durante a campanha, Michelle Bolsonaro aumentou a participação ao lado do marido em eventos políticos. O presidente tenta conquistar votos entre o eleitorado feminino.
Em discurso, Arthur Lira disse que a eleição para o Legislativo mostrou que a maioria da população quer um Congresso “conservador”. O parlamentar alagoano reiterou apoio à reeleição de Bolsonaro.
“O Brasil vai ter a oportunidade, no segundo turno, de escolher dois modelos bastante antagônicos. E ao povo vai caber essa escolha. E nós pedimos a compreensão e vamos, de uma maneira rebuscada, continuar afirmando: o Congresso Nacional que foi eleito pelos brasileiros, Senado e Câmara, foi feito para a permanência, a manutenção do governo Bolsonaro para os próximos quatro anos”, disse o presidente da Câmara.
Empenho
Bolsonaro disse que o Congresso eleito no último domingo será um Legislativo que “terá muito mais chance de aprovar coisas com mais facilidade e mais agilidade”.
Na sequência, o presidente defendeu a aprovação de um projeto que regulamenta atividades econômicas, como agricultura e mineração, em terras indígenas.
Em tom eleitoral, Bolsonaro pediu empenho dos presentes no segundo turno da campanha presidencial. “Temos uma guerra marcada, dia 30 [de outubro]. Temos que conversar com o pessoal de chão de fábrica, as pessoas mais humildes”, afirmou.
“Falamos de eleições no próximo dia 30, que conversem com todos e todas para buscarmos convencer as pessoas que não votaram, se abstiveram ou estão do outro lado, da verdade do nosso governo”, completou o candidato do PL.
Em outro momento, o presidente disse que “se for trocar o piloto agora, tem tudo para esse avião cair”.
Auxílio Brasil
Bolsonaro declarou também que conversou com Arthur Lira sobre a possibilidade de a Câmara votar uma proposta de taxação de dividendos – repasse de parte dos lucros das empresas a acionistas – para bancar, se for reeleito, a manutenção do Auxílio Brasil no valor de R$ 600 mensais.
Apoio de governadores
Também nesta quinta-feira, Bolsonaro recebeu, no Palácio da Alvorada, o apoio do governador reeleito de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil).
Dois candidatos a governos estaduais que disputam o segundo turno também foram a Brasília reiterar apoio ao candidato do PL: Wilson Lima (União Brasil), que tenta a reeleição no Amazonas contra o senador Eduardo Braga (MDB-AM); e Marcos Rocha (União Brasil), que tenta se reeleger em Rondônia em uma disputa contra Marcos Rogério (PL-AM).
Mauro Mendes, Wilson Lima, Marcos Rocha, Antônio Denarium, Ronaldo Caiado e Gladson Cameli fizeram juntos pronunciamentos para reforçar o apoio a Bolsonaro, que agradeceu.
O presidente voltou a pedir empenho dos apoiadores na busca por votos entre eleitores mais pobres. “Na ponta da linha, quem carrega o piano são vereadores e prefeitos”, disse.
Após o primeiro turno, outros governadores reeleitos já declararam voto em Bolsonaro, como o de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo); o do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB); o do Paraná, Ratinho Júnior (PSD); e o do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL).
Na reunião no Palácio do Alvorada, também estavam presentes deputados que foram eleitos no domingo para o primeiro mandato na Câmara, como o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello (PL-RJ), o jogador de vôlei Maurício Souza (PL-MG) e o caminhoneiro Zé Trovão (PL-SC) – que usa tornozeleira eletrônica e é investigado por atos antidemocráticos.
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