Por Felipe Nunes
2/ A maior diferença entre o esperado no 1º e no 2º turno se deu no Nordeste. Bolsonaro aparece nesta pesquisa, assim como apareceu nas urnas, com desempenho superior ao estimado no dia 01/10. Nas outras regiões, nenhuma novidade.
Bolsonaro vence Sul e CO e empata Sudeste.
3/ O gráfico abaixo de transferência de votos não nos permite dizer para onde vai o voto de Ciro e Tebet. Amostra é pequena e margem de erro é grande. Não caiam nessa falácia. Mas há algo muito mais significativo no gráfico, a última coluna:
4/ Entre os eleitores que declararam que não foram votar no 1º turno, votaram em branco ou nulo, 45% declaram voto em Lula, 28% em Bolsonaro. Ou seja, se o padrão do 1º turno se mantiver, isso pode diminuir a votação relativa de Lula no 2º turno. Mas quanto?
Se assumirmos que quem não votou no 1º turno, não vai votar no 2º, Lula ficaria com 50% e Bolsonaro 45%; em votos válidos, 53% a 47%. Ou seja, a distância de 8 pontos entre eles (46 a 54) cairia para 5 pontos (47 a 53).
6/ Reforçando a tese de que o antipetismo aglutinou eleitores na reta final do 1º turno, motivando um movimento de mudança na última hora, passou de 34% para 45% os eleitores de Bolsonaro que justificam seu voto nele como uma forma de evitar a volta do PT…
7/ O ‘anti-bolsonarismo’ como justificativa para o voto do Lula, em compensação, ficou no mesmo patamar da pesquisa anterior à votação de primeiro turno. Ou seja, tirar o Bolsonaro não serviu de motivação para aglutinar mais forças em torno da campanha do Lula.
8/ A pesquisa também mostra um aumento no potencial de voto em Bolsonaro. Cresceu de 44% para 50% o percentual de eleitores que acreditam que Bolsonaro merece uma segunda chance como presidente, enquanto caiu de 54% para 51% quem acredita que Lula merece uma segunda chance.
9/ Ou seja, embora 41% declarem voto em Bolsonaro, 50% acham que ele merece uma segunda oportunidade, um indício de que ele ainda pode crescer nesse eleitor. Lula, que aparece com 48%, também teria espaço para crescer, podendo chegar a 51%. Mas qual seria esse tamanho?
10/ Vejam, por exemplo, a pergunta sobre o que te dá mais medo: volta do PT ou continuidade do Bolsonaro. O resultado dá entre 44% e 48% de medo do Bolsonaro, e entre 40% e 44% de medo da volta do PT. Resultado mais estreito que o de intenções de voto.
11/ Em outro indicador, passou de 45% para 49% quem acredita que Bolsonaro está fazendo o que pode para resolver os problemas do país. Enquanto saiu de 51% para 48% quem acredita que não. Mais uma medida que mostra um cenário que pode ser mais apertado.
12/ A pesquisa revela, portanto, que há espaços para movimentação na opinião pública nas próximas semanas. Eleitores mudam seu comportamento de acordo com o humor, a emoção e os cálculos racionais que fazem. Temos que ficar atentos a esses variações de humor e tendências!
13/ O levantamento ouviu 2.000 pessoas em 120 municípios das cinco regiões do País entre os dias 3 e 5/out. A margem de erro é de 2 pontos percentuais e o nível de confiabilidade de 95%. Pesquisa registrada BR-07940/22.
14/ Opa! Faltou a rejeição! Ambas caíram: Bolsonaro de 55 para 50 e Lula de 44 para 41. O segundo turno é sobre isso aqui!
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