Home Eleições Campanha anuncia começo do 2º turno; possível ação de Lira põe corda no pescoço de ministros do STF

Campanha anuncia começo do 2º turno; possível ação de Lira põe corda no pescoço de ministros do STF

8 de outubro de 2022, 10h06 | Por Redação - Blog do Lindenberg

by Redação - Blog do Lindenberg

Por Hoje em Dia/Blog do Lindenberg – blogdolindenberg@hojeemdia.com.br
Começou ontem a propaganda eleitoral do segundo turno, o que significa dizer que a luta entre o ex-presidente Lula e o presidente Bolsonaro continua, pelo menos até 30 de outubro, quando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) proclamar o eleito – ou os eleitos, no caso de alguns governadores que vão também para o segundo turno.

Talvez o fato mais interessante de ontem tenha sido, ao lado da vinda de Bolsonaro a Minas em busca de apoio, numa solenidade na Fiemg, que se engaja na campanha bolsonarista, a adesão de toda a equipe que criou o Plano Real na campanha do ex-presidente Lula, desde Armínio Fraga, Pedro Malan, Edmar Bacha e Pérsio Arida. Ao passo que Bolsonaro recebeu o apoio dos governadores reeleitos, entre eles Ronaldo Caiado, de Goiás, e Ratinho, do Paraná.

O que o ex-presidente precisa garantir, no entanto, se quiser obter a vitória de forma maiúscula, são os votos em Minas Gerais, onde derrotou Bolsonaro no primeiro turno. Mas pode se decepcionar no decorrer deste mês com a adesão de Romeu Zema às forças do presidente.

Não é à toa que o grupo de Lula está forçando uma decisão sobre o presidente do PSD, Gilberto Kassab, porque vários de seus filiados apoiaram em Minas a candidatura de Alexandre Kalil e de Alexandre Silveira – ambos derrotados por Zema e pelo deputado estadual Cleitinho para o Senado. Kassab, porém, liberou seus seguidores.

Em linhas gerais, Lula precisa reverter as derrotas que sofreu em 11 das 20 maiores cidades mineiras, incluindo Belo Horizonte, Uberlândia e Contagem – onde a prefeita Marília Campos é do PT. Lula venceu Bolsonaro em Minas por 48,29% a 43,58%.

Bolsonaro ganhou, no entanto, em Belo Horizonte por 46,6% a 42,53% dos votos válidos. Em Minas, rola a tradição, interrompida por Getúlio Vargas em 1953, de que quem ganha aqui no Estado acaba levando também a Presidência da República. Daí porque Bolsonaro esteve na Fiemg na quinta-feira, onde recebeu o apoio do governador Zema – que aliás ainda não explicou porque a Rede Minas censurou a entrevista de Guilherme Boulos à TV Cultura de São Paulo.

Lula, que vai estar em Belo Horizonte neste domingo (9), em uma nova visita ao Estado, já tem uma segunda vinda programada para antes de terminar o segundo turno.

Mas, na verdade, o que mais se teme nesse momento é o que pode fazer o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, quando chegar na Casa, por exemplo, o pedido de impeachment de algum ministro do Supremo Tribunal Federal.

O que se teme é que Lira acolha o pedido e o mande ao plenário, mesmo considerando que Lula ganhou no Nordeste, mas o PL do presidente Bolsonaro acabou elegendo a maior bancada de deputados: terá 23 deputados federais, o que representa 15,2% dos 151 federais da região. Não é por acaso, assim, que o PT fechou um acordo para eleger, no segundo turno, a neta de Miguel Arraes, Marília Arraes, uma campeã de votos em Pernambuco, terra natal de Lula.

Enfim, ganham-se apoios aqui, como é caso de Simone Tebet e de Ciro Gomes, que poderiam dar a vitória a Lula na soma dos votos válidos, perde-se de outro lado, com a vitória de Sérgio Moro, no Paraná, que já hipotecou seu apoio a Bolsonaro. O que demonstra como é volúvel o meio político, eis que Moro foi demitido por Bolsonaro que o acusou de não interferir no comando da Polícia Federal, onde um de seus filhos, o senador Flávio, é acusado pelo MPRJ.

De sorte, o que se tem de fato é que começou ontem a campanha para o segundo turno da eleição presidencial, com a instalação, por sinal, de uma disputa regional: o carro de som que Bolsonaro usou ontem em Brasília tinha um locutor com sotaque nordestino, enquanto o ex-presidente Lula tenta conquistar o voto evangélico, transformado de uma hora para outra no cordeiro de ouro da política nacional.

Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados

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