Por G1
Interlocutores do presidente Jair Bolsonaro (PL) avaliaram ao blog que foi um “erro político grave” do candidato à reeleição fazer novas ameaças ao Supremo Tribunal Federal (STF).
O presidente costuma atacar ministros da Corte e, na semana passada, disse ter recebido uma proposta de passar de 11 para 16 o número de ministros. Na prática, se a proposta for aprovada e se Bolsonaro for reeleito, poderá indicar mais seis ministros, chegando a oito o número de integrantes do STF indicados por ele, o que daria maioria no plenário.
Para interlocutores de Bolsonaro, a ameaça gera preocupação e pode custar votos no segundo turno. No primeiro turno, Bolsonaro obteve 51 milhões de votos, enquanto o ex-presidente Lula (PT) obteve 57 milhões de votos.
Reservadamente, um assessor de Bolsonaro disse ao blog que, para ultrapassar Lula, Bolsonaro precisa buscar o voto do eleitor moderado, que se considera de centro e que se posiciona contra ameaças à democracia e às instituições.
“É um erro político grave. Ele se entusiasma porque os seus seguidores gostam deste discurso, mas isso não dá nenhum voto a mais, tira”, afirmou esse assessor.
A proposta que aumenta o número de ministros do STF só passa a valer se for aprovada em dois turnos na Câmara dos Deputados e em mais dois turnos no Senado e se obtiver o apoio mínimo de três quintos dos parlamentares (308 dos 513 deputados e 49 dos 81 senadores).
Neste domingo (9), o presidente disse que pode descartar a proposta.
Integrantes do STF destacam, porém, que basta Bolsonaro seguir a Constituição.
“Ele baixa medidas inconstitucionais e depois reclama que o STF não está deixando ele governar. Basta seguir a Constituição para tudo ficar tranquilo”, avaliou ao blog um ministro do Supremo.
Foto: Rafael Sobrinho/ TV Globo