Não fosse a intervenção na terça-feira passada da deputada Beatriz Cerqueira e hoje o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, poderia estar recebendo o título de Cidadão Honorário de Minas Gerais.
A proposição, que ainda pode ser aprovada hoje pela Comissão de Administração Pública, de autoria do deputado Noraldino Júnior, ocorre no momento em que o governador fluminense passa pelo constrangimento de ver a sua Polícia Militar, a qual ele dá ordens diretas para matar, ser acusada de assassinar a menina Ágatha Félix, de oito anos, com um tiro de fuzil, no última sexta-feira. A menina foi baleada e enterrada domingo sob comoção do Rio de Janeiro, quando a família abria a porta da Kombi para retirar a sua bagagem. O motorista da Kombi viu quando um policial deu tiros em direção a uma moto com duas pessoas. O mesmo motorista denuncia que foram dois disparos de fuzil feitos por um único policial militar. A Polícia diz que houve um confronto.
Ao pedir o adiantamento da votação na última terça-feira, a deputada Beatriz Cerqueira argumentou que não via sentido em se dar ao governador do Rio de Janeiro Título de Cidadão Honorário a Wilson Witzel por que não há nenhum histórico de qualquer prestação de serviço do governador fluminense a Minas Gerais – a não ser ajuda no caso de Brumadinho, como destacou o autor da desarrazoada homenagem.
Com a morte da menina Ágatha neste fim de semana, é de imaginar como a população do Rio de Janeiro estaria a olhar a cara dos parlamentares mineiros. No mínimo, como paspalhos. Aliás, essa coisa de dar título de Cidadão Honorário de Minas Gerais é preciso ser olhada com mais atenção pelo deputado Agostinho Patrus para que a honraria mineira não seja banalizada como vem sendo ultimamente.
