Home Brasil Roberto Jefferson e as teorias que podem explicar as suas fanfarronices num dia de alta tensão

Roberto Jefferson e as teorias que podem explicar as suas fanfarronices num dia de alta tensão

25 de outubro de 2022, 08h53 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

by Redação ★ Blog do Lindenberg

Por Hoje em Dia/Blog do Lindenberg – blogdolindenberg@hojeemdia.com.br

É difícil nessa reta final do segundo turno saber o que passou na cabeça do ex-deputado Roberto Jefferson ao aprontar aquele escândalo. Primeiro, ao agredir moralmente a ministra Carmen Lúcia; depois, ao aprontar aquela palhaçada de atirar nos policiais federais que foram prendê-lo a mando do ministro Alexandre de Moraes.

Porém, não menos grave foi o presidente da República mandar o seu ministro da Justiça, Anderson Torres, intermediar uma possível entrega de Roberto Jefferson à prisão. Não era necessário, até porque essa era uma questão da polícia judiciária, ou seja, da Polícia Federal, e não tinha nada a ver com o Ministério da Justiça.

A menos que o presidente Bolsonaro estivesse de alguma forma tentando aliviar a barra de seu seguidor e um dos seus auxiliares indiretos na campanha – basta ver que Bolsonaro trocou documentos com o tal padre Kelmon antes de começar o debate da Band, o tal padre de “festa junina”, como o chamou a senadora Soraya Thronicke, candidata do União, num dos debates da Band.

Mas o pior, para ampliar o caso, foi o material bélico que a Polícia Federal encontrou na casa do ex-deputado. Caixas de munição, fuzis, granadas, enfim, dava a impressão que Roberto Jefferson estava se preparando para começar uma guerra – embora não faltasse quem convocasse populares para tanto, daí a pergunta que se faz: mas o que queria mesmo Roberto Jefferson?

Há quem diga que o propósito de Roberto Jefferson é tumultuar o restante do processo eleitoral, que se encerra domingo, dia 30. Mas seria preciso provocar tanto alvoroço? Uma outra linha de raciocínio indica que na verdade Roberto Jefferson, ao reagir à prisão e ferir dois policiais federais, estaria obedecendo a uma revelação feita pelo ministro Paulo Guedes, no Congresso, quando disse que o salário mínimo e as aposentadorias e pensões do INSS terão um reajuste inferior a 25% – o que configuraria algo parecido com o que fez a ex-ministra Zélia Cardoso de Mello, no Plano Collor, garfando de um dia para o outro a poupança de milhões de assalariados, no maior escândalo de que se tem notícia. Collor, aliás, não se reelegeu senador agora na campanha do primeiro turno, o que parece demonstrar que o castigo vem a cavalo quando se vai contra a vontade popular.

De qualquer forma, voltemos ao caso do atazanado Roberto Jefferson. O que teria de fato motivado o ex-deputado e ex-presidente nacional do PTB a fazer as loucuras que fez? Seria o tumulto das eleições agora nesse segundo turno? Seria essa bomba confidenciada pelo ministro Paulo Guedes de sequestro de 25% do salário-mínimo, das aposentadorias e pensões do INSS? Será que Bolsonaro teme perder as eleições?

Tudo isso vem à tona diante do tumulto criado pelo ex-deputado Roberto Jefferson, embora nada disso possa ser descartado, a não ser que a PF vai enquadrar o ex-deputado em quatro crimes, diante do que se revelou ao longo do depoimento dele e do arsenal que foi encontrado na cidade onde ele mora, hoje, no interior do Rio de Janeiro. O fato é que não só o ex-presidente do PTB atacou a ministra Carmen Lúcia como descumpriu todas as normas que o levaram à prisão domiciliar – ele que pegou propina nos Correios, foi cassado e depois voltou à atividade política, até ser impedido de ser candidato à Presidência da República.

Foto: @robertoJfilho26/Twitter

LEIA TAMBÉM

Envie seu comentário