Por Metrópoles
O diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, será investigado pela Polícia Federal (PF). A corporação instaurou, nesta quinta-feira (10/11), inquérito contra Vasques após pedido do Ministério Público Federal (MPF). O processo será conduzido pela Superintendência da PF em Brasília.
Silvinei passou a ser alvo de críticas de diferentes órgãos e setores políticos após operações da PRF durante o segundo turno das eleições. As ações, realizadas em diferentes estradas, contaram com maior atuação no Nordeste, região em que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) obteve mais votos no primeiro turno.
Em vídeos que circularam no dia do pleito, vários eleitores nordestinos em transporte público se queixaram de que não estariam conseguindo chegar aos locais de votação. Após a repercussão de imagens que mostram agentes impedindo o trânsito de eleitores, o termo “Deixem o Nordeste Votar” ficou em primeiro lugar entre os assuntos mais comentados no Twitter.
Blitzes ilegais
As blitzes, no entanto, foram proibidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A Corte vetou tais práticas no dia das eleições justamente para não comprometer o processo. Mesmo assim, policiais rodoviários teriam executado as ações ilegais sob orientação de ofício expedido pelo diretor-geral da corporação.
O presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, chegou a cobrar explicações da polícia rodoviária no dia do pleito que definiu o próximo presidente. Moraes determinou que o diretor-geral da PRF fosse oficiado a “informar imediatamente sobre as razões pelas quais [estavam sendo] realizadas operações policiais”.
No mesmo domingo, Silvinei postou nas redes sociais uma mensagem de apoio a Jair Bolsonaro (PL). Em publicação no story do Instagram, Vasques divulgou uma imagem da bandeira do Brasil, com a seguinte mensagem: “Vote 22. Bolsonaro presidente”.
Ele apagou o post, mas a imagem viralizou nas redes sociais. A coligação de Lula pediu a prisão do diretor-geral da PRF por conta das operações.
Vasques também pode ser investigado por possível omissão em relação aos bloqueios de rodovias que ocorrem em todo o país, desde a divulgação do resultado legítimo das urnas. Caminhoneiros passaram a fechar vias pelo Brasil, impedindo o ir e vir, e adotam uma pauta antidemocrática e ilegal, ao pedir intervenção militar.
Foto: PRF/Divulgação