Por Metrópoles
Aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL) na campanha frustrada à reeleição, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), avalia que o chefe do Executivo federal perdeu para “si mesmo” por ter se comunicado mal ao longo do mandato. Zema, que foi reeleito em primeiro turno, se engajou no segundo turno presidencial e tentou ajudar Bolsonaro a reverter a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Minas. A diferença até caiu, mas o petista ainda ficou na frente no estado.
Em entrevista à Rádio Super 91,7 FM, de Belo Horizonte, nesta quinta-feira (17/11), Zema disse que Bolsonaro tinha boas propostas e resultados para mostrar, além de “boas intenções”, mas que não soube conversar com a população. O comportamento do presidente ao longo da pandemia do coronavírus foi usado como exemplo pelo governador mineiro.
“O governo federal, a gestão do presidente Bolsonaro, não foram felizes foi na comunicação. O próprio presidente, que tem boas intenções, muitas vezes em seus discursos ele acabou não sendo feliz. De certa maneira, deixando as pessoas angustiadas, deixando as pessoas meio que sem norte. Durante a pandemia, a comunicação do governo federal deixou muito a desejar. Quando você está lidando com algo que não conhece, é bom você não menosprezar. Então, você está menosprezando algo que alguém está aflito em relação a aquilo, acaba tendo um reflexo negativo”, analisou Romeu Zema.
“Então eu vejo que o governo federal, na gestão de Bolsonaro, teve uma infelicidade muito grande principalmente na comunicação. De certa maneira, se distanciou da grande massa devido a uma comunicação que não foi feita adequadamente. Bons resultados, mas sempre causando muito ruído, causando um desgaste desnecessário. Talvez mais do que ter perdido para o candidato Lula, o presidente Bolsonaro perdeu para si mesmo, devido a uma forma de condução da comunicação”, afirmou ainda o governador mineiro.
Vitória em Minas costuma apontar para resultado da eleição
Além de ser o estado com o segundo maior número de eleitores no país, atrás apenas de São Paulo, Minas tem uma tradição: o candidato à presidente que vence por lá sempre acaba eleito. Este ano, não foi diferente.
No segundo turno, Lula teve 6,19 milhões de votos no estado (50,2% dos válidos), contra 6,14 milhões de Bolsonaro (49,8%). No primeiro turno, Lula tinha conseguido 5,8 milhões de votos (48,29%) e Bolsonaro, 5,2 milhões (43,6%).
Foto: Hugo Barreto/Metrópoles