Por Metrópoles
O senador Alexandre Silveira (PSD), autor da proposta de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar assédio eleitoral durante a campanha deste ano, defendeu nesta quarta-feira (26/10) a convocação de Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais, para prestar esclarecimentos.
O estado lidera o ranking de denúncias de assédio eleitoral com 449 casos e 360 empresas denunciadas. Até essa terça-feira (25/10), o Ministério Público Federal (MPF) registrou 1.284 ocorrências, maioria na região Sudeste (551).
O parlamentar cita uma denúncia em que Zema teria, supostamente, enviado um áudio para ser veiculado em um evento político dentro de uma empresa no último dia 19 de outubro. Na gravação, o governador faz críticas aos governos petistas, ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e faz um apelo para que as pessoas “deem crédito” ao candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL).
“É impensável que em um Estado democrático como o nosso, o governador de um dos principais estados da Federação, que é Minas Gerais, se preste a um desserviço como tem feito o governador Zema”, afirma Silveira.
“A CPI será instalada e eu vou defender que o governador de Minas possa ser um dos primeiros a serem chamados para colaborar com as investigações e esclarecer se considera isso normal.”
CPI do Assédio Eleitoral
Senadores da oposição afirmaram, nessa terça-feira (25/10), que conseguiram as 27 assinaturas para que o requerimento de criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar casos de assédio eleitoral supostamente praticados por empresários e gestores públicos em favor do presidente Jair Bolsonaro (PL) seja encaminhado à mesa diretora. A instalação, no entanto, deverá ser feita apenas depois do segundo turno eleitoral.
No documento elaborado pelo senador, ele solicita o prazo de 90 dias para que as denúncias sejam apuradas pelos integrantes do CPI.
Segundo ele, há denúncias de ameaças a trabalhadores para que os votos sejam destinados a Bolsonaro: “A prática é criminosa e ataca o direito de escolha dos eleitores e das eleitoras, em mais uma odiosa agressão à democracia em meio ao processo eleitoral”, argumenta o senador.
Assédio eleitoral configura na utilização de um espaço de autoridade (como a chefia de uma empresa, liderança religiosa ou mesmo a de prefeito de um município) para pressionar eleitores a votar em determinado candidato.
Foto: FCDL-MG/Divulgação