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Bolsonaristas pró-ditadura trocam a seleção por marcha e continência No acampamento em frente à unidade militar, não se viu uma TV sequer ligada no jogo entre Brasil e Suíça; ao contrário, críticas ao futebol

28 de novembro de 2022, 16h55 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

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Por Metrópoles

Quase um mês após o segundo turno das eleições, algumas dezenas de bolsonaristas inconformados com o resultado seguem acampados em frente ao QG do Exército, em Brasília. Seguem ali as faixas pedindo intervenção dos militares e cânticos contra a posse Lula em janeiro.

Mas e a Copa do Mundo? Se, no passado, o mundial de 1970 foi explorado pelos generais da ditadura, dessa vez o assunto é ignorado. Os seguidores de Jair Bolsonaro em frente ao quartel não estão nem aí para a Copa do Catar. E, em vez de torcer, fazem até campanha contra o evento. Pelo menos o número reduzido que estava nesta segunda-feira naquele espaço, como atestado pelo Blog do Noblat.

Não se viu uma TV sequer ligada no futebol nas muitas tendas e barracas montadas no acampamento. Uma faixa exibia a aversão ao Mundial: “Foda-se a Copa. Vou lutar pelo Brasil contra a fraude” – mostrava a mensagem.

Nos discursos, em cima de um carro de som, locutores se revezavam e pregavam contra a Copa.

“Futebol a gente vê depois. Agora não é hora disso. E disseram que muitos de nós fomos para a casa ver o jogo, e venham para cá para mostrarmos que não é verdade” – disse um locutor.

Num determinado momento, uma locutora que comandava os trabalhos pediu para os bolsonaristas marcharem ao entoarem o Hino do Exército, o que foi cumprido à risca, com todos voltados para a frente do QG. Não só marchavam como batiam continência.

Terminou o jogo, o Brasil venceu e não houve sequer um comunicado no microfone. Os manifestantes, a propósito, se dividiam entre as orientações dos locutores: se devem ou não deixar o local e seguir em passeata pela Esplanada. A maioria acha melhor não desmobilizar porque, ali, estão “protegidos” pelos militares.

No mais, o de sempre no QG: grandes estoques de alimentos e bebidas, filas para o almoço e faixas defendendo a intervenção das Forças Armadas.

Foto: Evandro Éboli – Metrópoles

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