Por Metrópoles
Em discurso nesta terça-feira (24/1), na 7ª cúpula da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), o presidente Lula agradeceu as manifestações de países do grupo em repúdo às invasões golpistas que ocorreram em Brasília no dia 8 de janeiro.
“Quero aqui aproveitar para agradecer a todos e a cada um de vocês que se perfilaram ao lado do Brasil e das instituições brasileiras, ao longo destes últimos dias, em repúdio aos atos antidemocráticos que ocorreram em Brasília. É importante ressaltar que somos uma região pacífica, que repudia o extremismo, o terrorismo e a violência política”, declarou Lula.
O mandatário brasileiro afirmou que a maior parte dos desafios contra o extermismo e violência política é de “natureza global e exige respostas coletivas”. “Não queremos importar para a região rivalidades e problemas particulares. Ao contrário, queremos ser parte das soluções para os desafios que são de todos”, disse.
O presidente brasileiro defendeu que os países latino-americanos e caribenhos têm uma “clara contribuição” a ser dada “para a construção de uma ordem mundial pacífica, baseada no diálogo, no reforço do multilateralismo e na construção coletiva da multipolaridade”.
Nesse contexto, Lula afirmou serem “essenciais” o desenvolvimento e o aprofundamento dos diálogos com os países sócios extra regionais da Celac. Entre eles, o petista citou a União Europeia, a China, a Índia, a Asean (Associação das Nações do Sudeste Asiático) e, “muito especialmente, a União Africana”.
“As diversas crises que vivemos hoje no mundo demonstram o valor da integração. A pandemia da Covid-19 evidenciou os riscos associados à excessiva dependência que temos de insumos fundamentais para o bem-estar de nossas sociedades”, declarou o chefe do Palácio do Planalto.
Lula defendeu que a estratégia de desenvolvimento da região deve caminhar junto à redução da desigualdade em diversas áreas. Entre eleas, a racial e “a desigualdade e a violência de gênero que atingem metade de nossas populações”. Ele pregou ainda respeito aos povos originários.
“Exceção lamentável” de Bolsonaro
O mandatário brasileiro afirmou que, ao longo dos sucessivos governos brasileiros desde a redemocratização em 1985, houve um empenho do país em prol da da integração regional e na consolidação de uma região pacífica, baseada em relações marcadas pelo diálogo e pela cooperação.
” A exceção lamentável foram os anos recentes, quando meu antecessor tomou a inexplicável decisão de retirar o Brasil da Celac”, lembrou Lula, sem citar nominalmente o ex-presidente Jair Bolsonaro, que decidiu retirar o Brasil do bloco em janeiro de 2020.
Foto: Ricardo Stuckert/PR