Por Hoje em dia / Blog do Lindenberg
A despeito do Carnaval – e quem não gosta? – as notícias pululam na área política. Desde a ida do ex-vereador Léo Burguês à possível quebra de sigilo de cem anos do ex-ministro Eduardo Pazuello, naquele famoso episódio em que o então ministro da Saúde de Bolsonaro, general de quatro estrelas, participou de um comício em favor de seu então presidente, quando, general da ativa, ele não poderia participar de evento político.
Na época, o Exército afirmou que agiu conforme a lei de acesso à informação (LAI) ao impor o sigilo de cem anos ao caso Pazuello. Segundo a CCU, “deve preponderar o princípio da transparência no serviço público, a fim de conferir o direito de acesso a uma informação que está sob a guarda e custódia da administração e que trata de um processo administrativo já concluído”.
O problema agora está restrito ao caso do ex-presidente Jair Bolsonaro. A Controladoria da União confirmou ontem a existência de uma investigação preliminar aberta para apurar a suspeita de adulteração do cartão de vacinação do ex-presidente. A suspeita é que Bolsonaro burlou a legislação vigente e teria mentido sobre a possibilidade de ter vacinado contra a Covid-19, até porque ele vivia pregando contra a vacina e não ficaria bem se fosse revelado agora que forjou um possível laudo atestando que teria se vacinado – tanto ele quanto a ex-primeira-dama Michele Bolsonaro, contra quem, aliás, o Ministério Público Federal abriu uma investigação por conta de possíveis maus tratos a funcionários do Palácio da Alvorada, residência do casal.
No caso de Bolsonaro, o que se sabe é que ele, residindo hoje na Flórida, mas prometendo voltar ao Brasil ainda no primeiro semestre, perambulou por boa parte do mundo durante o período da pandemia. Esteve inclusive com o presidente Putin, da Rússia, e nos EUA, onde se exige um protocolo de vacinação. A dúvida é se o ex-presidente chegou antes ou depois desse protocolo, havendo a suspeita de que ele usou um passaporte diplomático que o livraria do constrangimento de ser barrado ou não ao entrar nos Estados Unidos.
E é de se lembrar que Bolsonaro se recusou a colocar a faixa presidencial em Luiz Inácio Lula da Silva, daí a suspeita de que teria viajado com o passaporte diplomático para entrar nos Estados Unidos. Lula, contudo, prometeu na campanha dizer se Bolsonaro vacinou ou não para entrar em território norte-americano.
Serra do Curral
Em Minas, a novidade é que pelo menos 60 blocos de Carnaval de Belo Horizonte assinaram
um documento em defesa da Serra do Curral, dirigido ao governador Romeu Zema. No documento, pedem que o chefe do Executivo estadual anule as licenças das mineradoras que atuam no cartão-postal da cidade.
“A Serra do Curral é um patrimônio do povo mineiro e brasileiro. O que tem ali é muito mais do que minério. São as águas que abastecem nossa região, são as espécies nativas que ali vivem. É nossa paisagem e nossa cultura”, diz o texto do manifesto, que tem o título “Tira do pé da minha Serra”, na verdade, o símbolo da cidade de Belo Horizonte.
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