Por G1
O maior navio da Marinha do Brasil chegou ao porto de São Sebastião (SP) na manhã desta quinta-feira (23) para auxiliar no atendimento aos sobreviventes do temporal devastador que atingiu o Litoral Norte de São Paulo durante o último fim de semana.
Segundo o último balanço da Defesa Civil Estadual, foram encontradas 49 pessoas mortas (48 em São Sebastião e uma em Ubatuba). Além disso, há ainda diversos feridos e pessoas que perderam suas casas e precisam de ajuda.
Maior navio da Marinha chega em São Sebastião com hospital de campanha
O navio saiu do Rio de Janeiro (RJ) por volta das 12h de quarta-feira com um hospital de campanha. A estrutura promete entregar até 300 leitos que reforçarão o atendimento médico às pessoas atingidas. O objetivo é também desafogar os hospitais da região, que priorizam casos mais graves.
A embarcação gigante, com 200 metros de comprimento (veja mais detalhes abaixo) levou à cidade 28 médicos de diversas especialidades. As principais que estarão disponíveis à vítimas são:
- ortopedista
- cirurgião geral
- anestesista
- cirurgião dentista
- farmacêutico
- clínico geral
- profissionais de enfermagem
- saúde bucal.
Além disso, o navio transportou também 180 fuzileiros navais com maquinários, que auxiliarão a Defesa Civil na desobstrução de vias e ações de resgate.
Estrutura do navio
Considerado o maior navio da marinha brasileira, o ‘Navio-Aeródromo Multipropósito Atlântico’ tem 200 metros de comprimento e capacidade total de transportar até 1,4 mil militares e 18 aeronaves.
Ele foi construído na cidade de Barrow-in-Furness, no interior da Inglaterra, em 1998. Antigamente conhecido como ‘HMS Ocean’, a embarcação serviu à Marinha Britânica por 20 anos e participou de operações da Otan na Guerra do Iraque e em ações humanitárias Ásia, Caribe e Oriente Médio.
O navio foi incorporado à marinha brasileira em 2018. Em São Sebastião, ele chega com a seguinte estrutura:
- seis helicópteros do Comando da Força Aeronaval
- três embarcações que servirão atracar em praias e região isoladas onde há pessoas ilhadas
- lanchas operativas
- estoque de primeiros socorros
De acordo com o governo de São Paulo, as embarcações irão até locais específicos da cidade onde há pessoas ilhadas. Cada uma das três estruturas tem capacidade para transportar 35 pessoas.
Quinta dia de resgate
Equipes de resgate prosseguem nesta quinta-feira (23) a busca por vítimas do temporal. Bombeiros, agentes da Defesa Civil e voluntários seguem com as buscas de forma ininterrupta, ao longo da madrugada. A ação é reduzida ao longo da noite e pela manhã, a equipe é reforçada.
Cinco dias após a tragédia, há ainda dezenas de desaparecidos. Na última divulgação do governo estadual, 38 pessoas estavam desaparecidas.
Os trabalhos de buscas acontecem especialmente em bairros da costa sul da cidade de São Sebastião, como a Vila Sahy, área que concentra a maioria das vítimas da tragédia, e Juquehy.
As buscas são feitas por bombeiros, agentes da Defesa Civil e os próprios moradores. A operação envolve mais de 600 pessoas.
Vítimas
Segundo o último balanço divulgado pela Defesa Civil do estado de SP registra, o temporal deixou 48 pessoas mortas. Do número, 47 mortes são em São Sebastião, cidade mais atingida da região, e uma em Ubatuba.
Entre as vítimas, há crianças. Em Ubatuba, uma menina de 7 anos que morreu soterrada após a sua casa ser destruída por uma pedra de duas toneladas durante o temporal. Em São Sebastião, um bebê de nove meses morreu após uma árvore atingir a casa em que vivia na Vila Sahy, área mais atingida pelo temporal do fim de semana.
A mãe ficou ilhada e foi resgatada na segunda-feira. Uma outra filha dela, de 9 anos, está internada no Hospital Regional de Caraguatatuba.
Entre as vítimas, há também turistas, como Lívia da Silva Santos. Ela era de Vera Cruz (BA) e morava há cerca de 14 anos na capital paulista, mas passava o final de semana no litoral na casa do namorado Ednaldo. Ele e sua filha, Sophia Silva, também morreram.
Foto: Laurene Santos/TV Vanguarda