Por Itatiaia
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) abriu um processo para investigar o juiz Marcelo Bretas, que atuou na Operação Lava Jato do Rio de Janeiro, e decidiu afastar o magistrado do cargo até a conclusão das investigações.
Bretas tinha três procedimentos abertos pelo órgão e o afastamento foi confirmado por 11 votos a quatro em sessão sigilosa realizada nesta terça-feira (28).
Uma das ações contra o juiz federal foi aberta após uma queixa apresentada pelo prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), que alegava que o magistrado atuou politicamente para prejudicá-lo nas eleições ao Governo do Rio de Janeiro em 2018 em favor de Wilson Witzel, que acabou sendo eleito na ocasião.
Em 1º de janeiro de 2019, Marcelo Bretas pegou carona em um jatinho, ao lado de Witzel, para participar da cerimônia de posse de Jair Bolsonaro à Presidência da República.
Outras duas queixas abertas contra Bretas partiram de questionamentos contra delações premiadas de advogados que alegaram conduta suspeita do juiz na condução dos procedimentos.
A decisão de afastar Marcelo Bretas do cargo foi puxada pelo relator Luís Felipe Salomão, que votou favorável ao afastamento até que o Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra ele seja concluído. Outros 10 conselheiros acompanharam o voto de Salomão.
Quem abriu divergência no julgamento foi o conselheiro João Paulo Schoucair, que disse que ele poderia continuar exercendo o cargo mesmo após a abertura da investigação.
Marcelo Bretas mandou prender Sérgio Cabral
Titular da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, Marcelo Bretas se tornou conhecido ao assumir processos relacionadas à Operação Lava Jato no estado fluminense. Em uma de suas decisões, ele condenou por corrupção o ex-governador Sérgio Cabral a mais de 400 anos de prisão, somadas as mais de 30 ações penais que ele respondia na ocasião.
Ele também mandou prender o empresário Eike Batista e até o ex-presidente Michel Temer, em decisão que foi reformada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
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