Por Hoje em dia / Blog do Lindenberg
Ainda bem que no meio desse negócio das joias do ex-presidente Bolsonaro e de sua Michele tem um terço – por que nunca vi um assunto render tanto. E não é para menos, desde que todo objeto importado para entrar no Brasil, com valor superior a mil dólares, tem de ser declarado. Coisa, aliás, comezinha de que “descuidou” o ex-presidente da República.
No caso, na verdade, o valor é bastante alto e só de multa o ex-presidente teria que pagar valor equivalente. Mas a isso se soma o esforço hercúleo com que Bolsonaro tentou ficar com as joias – algo em torno de três mil euros, por baixo. Por último, tentou-se de tudo, incluindo a entrada em cena do ex-ministro Bento Albuquerque e até um jato mandado a Guarulhos em busca das joias, a três dias de Jair Bolsonaro deixar o governo sem passar a faixa presidencial ao presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, quando, na verdade, o ex-presidente tentou embolsar o que considerou uma preciosidade.
Mas agora já tem uma outra novidade. Pois não é que Bolsonaro trouxe da Arábia Saudita, quando lá esteve em 2019, uma pistola e um fuzil customizados em seu nome? O fuzil é de calibre 5,56 mm e a pistola de 9 mm, ambos aí na casa dos 40 mil reais. Uma bobagem, se se levar em conta o prejuízo político que o ex-presidente está tendo por conta de um contrabando mal feito – já que era só declarar a entrada dos objetos e dizer que era um presente de Estado. Quantos o presidente Lula e a ex-presidente Dilma não entregaram ao Estado brasileiro como ofertas de dignitários estrangeiros? E agora vem o Tribunal de Contas da União a proibir que Bolsonaro e sua mulher não podem vender ou usar as joias que teriam ganho na Arábia Saudita. Aliás, por conta disso, o ex-presidente está sendo aconselhado por seus aliados a não retornar ao Brasil por algum tempo, até porque o que terá de explicar ao país o que aconteceu não lhe será fácil.
Um outro assunto que está rendendo é aquela “palhaçada” do deputado Nikolas Ferreira, um ex-vereador de Belo Horizonte que se elegeu como o parlamentar com maior número de votos do país. Nikolas está à beira de perder o mandato porque se fantasiou com uma peruca no dia em que o mundo comemorava o Dia Internacional da Mulher e se intitulou de Nicole, para dar mais graça ao seu suposto charme. Um papel ridículo pelo qual o ex-vereador, que parece continuar como vereador, sem desapreço a qualquer um deles, mas pelo qual o deputado está sendo acusado de transfobia – o que é crime, tanto é que o Supremo Tribunal Federal já abriu um processo que poderá resultar na cassação do mandato do jovem deputado – um garoto na expressão da verdade. Quando Pedro Aleixo era deputado, conta a lenda, que foi procurado pelo então jovem deputado Márcio Moreira Alves, recém-eleito, se não deveria fazer um discurso da tribuna da Câmara sobre determinado tema. Ao que lhe teria respondido Pedro Aleixo: – não toque nisso, deputado. Isso é coisa que não fica bem em alguém que representa Minas Gerais – mesmo que Marcito tenha sido eleito pelo Rio de Janeiro – completou Pedro Aleixo. Pois é, Nikolas: isso não é coisa que fica bem em alguém que se elege por Minas Gerais.
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