Por Metrópoles
A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF) considera a possibilidade de o advogado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Cristiano Zanin, vir a ocupar uma cadeira na Corte, por indicação de seu mais famoso cliente. Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, nesta segunda-feira (6/3), a magistrada disse acreditar que as relações profissionais e mesmo pessoais com o petista não inviabilizariam uma eventual indicação de Zanin.
“Não acho que de alguma forma comprometa”, avaliou Cármen. “A circunstância de ter passado pelo Executivo ou a ligação com o próprio presidente não macula de alguma forma o indicado. Acho que a discussão tem que ser: a Constituição está sendo cumprida? A Constituição diz que o ministro deve ter notório saber jurídico e reputação ilibada. E este advogado tem e já demonstrou”.
Cármen Lúcia ainda ressaltou que “grandes ministros” que fizeram parte do STF também atuaram na administração pública ou foram advogados-gerais da União, citando Dias Toffoli e Gilmar Mendes, mas “esquecendo” de André Mendonça, indicado pelo então presidente Jair Bolsonaro após uma passagem na Advocacia-Geral da União (AGU), o ministro “terrivelmente evangélico”.
“Indicação compreendida”
O nome de Zanin é especulado sempre que se mencionam as vagas que serão abertas no Supremo com as saídas de Ricardo Lewandowski e Rosa Weber, que se afastarão, compulsoriamente, por completarem 75 anos.
O próprio Lula faz questão de alimentar especulações. Recentemente, em entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo, da Band News FM, o petista salientou que a indicação de seu advogado para uma vaga no STF seria perfeitamente “compreendida”.
“Tecnicamente, cresceu de forma extraordinária”, completou Lula sobre Zanin, que o defendeu em todos os processos aos quais o petista respondeu no bojo na Operação Lava Jato. “É meu amigo, meu companheiro, como outros são meus companheiros”.
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