Por Hoje em dia / blog do Lindenberg
ente, é impressionante o desprezo do ex-presidente Jair Bolsonaro pela vida humana. Vejam esses números: o ministério da Saúde perdeu nada menos de 38,9 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19, avaliadas hoje em R$ 2 bilhões. Desse total, cerca de dois milhões de unidades foram descartadas e 30 milhões estão indo para incineração. Os 5 milhões restantes serão encaminhados para descarte, simplesmente.
Os dados são de impressionar. No site do ministério da Saúde a informação é de que 399 milhões de doses contra a Covid-19 foram aplicadas até hoje, desde a pandemia, o que não evitou a morte de mais de 700 mil pessoas que morreram de Covid desde o início da pandemia – e ainda continua morrendo gente.
Integrantes do atual governo responsabilizam o ex-presidente Bolsonaro por tanta mortalidade, como pelo acúmulo e desperdício de doses e o que se diz no ministério da Saúde é que já pensam em doar para países vizinhos como uma forma de evitar novas perdas.
Atentem ainda para os números: 20 milhões de doses vencem em seis meses, sendo que 5 milhões já nos próximos três meses.
A atual secretária de vigilância da Saúde e Ambiente do ministério da Saúde, Ethel Maciel, disse que “a gente pegou o governo com estoque de vacinas vencidas e para vencer, enquanto aquelas de que precisávamos não havia em estoque. Não havia nem contrato, por exemplo, no caso das vacinas pediátricas ou mesmo no caso das bivalentes”.
Segundo o ministério da Saúde, cerca de dois milhões de doses perderam a validade em 2021 e já foram incineradas. A partir de janeiro de 2023 perderam a validade mais de 27 milhões de doses contra a Covid.
Para o ex-ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, eram seus secretários quem cuidava dos estoques, uma maneira, criminosa, de fugir da responsabilidade. O que se espera é que todos sejam responsabilizados e os cofres públicos possam ser ressarcidos. É o mínimo que se espera.
Carlos Lindenberg, jornalista, ex-comentarista da BandMinas e Rádio Itatiaia, e da Revista Exclusive. Autor do livro Quase História e co-autor do perfil do ex-governador Hélio Garcia.
Foto: canva