Um debate sobre o Projeto de Lei 274/17, conhecido como Escola Sem Partido, acabou em confusão, na noite desta quarta-feira (9), na Câmara Municipal de Belo Horizonte. Após uma tarde marcada por confusão entre o público presente na galeria e seguranças, houve também conflito entre vereadores na Casa.
Apoiadores da proposta que acompanhavam a votação teriam feito ameaças ao vereador Gilson Reis do PCdoB, além de manifestos dizendo “Fascistas não passarão”. Pelas imagens é possível ver que várias pessoas se envolvem na confusão e são detidas por homens que seriam seguranças da CMBH. A pedido do vereador Henrique Braga, que presidia a sessão, a galeria foi esvaziada.
Já a briga entre os parlamentares começou durante uma reunião extraordinária realizada à noite, no discurso do vereador Gilson Reis (PCdoB), que é contra o projeto, com o parlamentar Mateus Simões (Novo), que é apoiador da proposta. O atrito aconteceu no momento em que Mateus Simões e Bella Gonçalves (PSOL) estavam na fila do microfone para se manifestarem. A vereadora afirmou que o parlamentar do Novo havia tentado tirar o microfone de sua mão, instante em que começou a confusão.
A câmera da CMBH mostrou o momento em que Simões empurra Reis, que chega a cair no chão. O vereador do Novo, porém, diz que teria sido empurrado primeiro. A presidente da Casa, vereadora Nely Aquino (PRTB) suspendeu a sessão e determinou que a galeria fosse esvaziada.
Após as agressões, o vereador Henrique Braga (PSDB) disse que analisaria nas imagens quem empurrou quem. Entretanto, ao retomar os trabalhos, disse que não foi possível avaliar pelas imagens disponíveis.
Reis classificou o episódio de violento, que a Câmara não é lugar de violência e que nesta quinta-feira (10) irá protocolar uma representação contra o parlamentar do Novo por quebra de decoro.
A Escola Sem Partido é defendida pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL). No mês passado, a então procuradora-geral da República, Raquel Dodge, encerrou seu mandato de dois anos entrando com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender qualquer política pública que “autorize ou promova censura a docentes no ambiente escolar”.
Foto: Reprodução/ TV Câmara Municipal de BH