Home Minas Gerais Cemig está à venda. Quem dá mais?

Cemig está à venda. Quem dá mais? Estatal de energia mineira realiza “Cemig Day” após divulgação de seus resultados e detalha projetos para os próximos anos

28 de março de 2023, 08h18 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

by Redação ★ Blog do Lindenberg

Por InfoMoney

A Cemig (CMIG4) está em um processo de virada de seus negócios (“turnaround”) que ajuda a companhia a estar preparada para uma eventual privatização, caso esse processo receba aval na Assembleia Legislativa do Estado, disse nesta segunda-feira o presidente do conselho de administração da elétrica, Márcio Utsch.

Em reunião com investidores, o Cemig Day, o executivo disse ver um ambiente mais favorável para a aprovação legislativa da privatização e disse acreditar que o projeto sai “neste mandato”. Segundo o executivo, a administração da Cemig tem defendido ao governo mineiro uma mobilização imediata junto à assembleia em torno desse tema.

Mais cedo, o CEO da elétrica mineira, Reynaldo Passanezi Filho, afirmou que a companhia reverteu a estratégia anterior de crescer por meio de parcerias e agora apostará em negócios “100% Cemig”.

O executivo afirmou que os cerca de R$ 34 bilhões em investimentos realizados pela Cemig no passado em participações minoritárias “destruíram” valor para a companhia, desviando um caixa que poderia ter sido investido na melhoria e ampliação dos serviços aos consumidores.

Com a mudança de rota estratégica, a Cemig está desinvestindo de vários negócios e, se realizar aquisições, comprará 100% dos ativos, disse Passanezi.

Mais cedo, a companhia anunciou uma projeção de investimentos de R$ 42,2 bilhões para o período entre 2023 e 2027, mantendo o foco em suas operações em Minas Gerais.

Esse é o maior plano de investimentos da história da Cemig e representa um salto em relação ao último planejamento plurianual, divulgado em meados de 2021, quando a companhia estimava R$ 22,5 bilhões em aportes até 2025.

O segmento de distribuição de energia deve receber o maior volume de aportes até 2027, de R$ 18,4 bilhões, seguido por geração (R$ 13,4 bilhões), transmissão (R$ 3,5 bilhões), geração distribuída (R$ 3,2 bilhões), gás natural (R$ 2,3 bilhões) e inovação e TI (R$ 1,4 bilhão).

Segundo fato relevante da Cemig, “a execução dos investimentos tem como premissa para a sua viabilização a geração de valor aos acionistas, devendo ser observadas as taxas de retorno superiores ao custo de capital, bem como a sustentabilidade dos negócios da companhia”.

A estatal mineira, que é uma das maiores companhias elétricas do país, vem reformulando sua estratégia de negócios desde 2019, quando decidiu focar em Minas Gerais e desinvestir de negócios “non-core” e participações minoritárias em empresas como Light e Renova.

A companhia divulgou seus resultados do quarto trimestre de 2022 no sábado, com um lucro líquido de R$ 1,407 bilhão, avanço de 46,1% na comparação com igual período de 2021. O lucro ajustado da estatal elétrica mineira, por sua vez, foi de R$ 1,2 bilhão, avanço de 21,3%.

Já o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) foi de R$ 1,97 bilhão (alta anual de 19,1%), enquanto o ajustado foi de R$ 1,66 bilhão (+11,1%).

A receita líquida, por sua vez, teve alta de 1% na base de comparação anual, indo para R$ 9,753 bilhões.

A companhia ainda anunciou que seu Conselho deliberou encaminhar à próxima AGO, a ser realizada em abril, a proposta de destinação do lucro líquido de 2022, nos quais R$ 2,3 bilhões serão destinados para pagamento de dividendos obrigatórios aos seus acionistas.

“Os números da Cemig vieram acima das expectativas para seus principais indicadores financeiros, de modo que esperamos um impacto positivo no preço de suas ações para o curto prazo, que também devem ser impulsionadas devido a sua proposta de dividendos. Ainda no que se refere às suas ações, ressaltamos que as variações mais acentuadas observadas no comportamento de seus papéis tem sido, essencialmente, em função das perspectivas de potencial privatização da empresa”, afirma a Levante.

Porém, apesar de o tema ter voltado a ficar no radar dos investidores após as declarações do governador Romeu Zema, cuja plataforma é pró-desestatizações, os analistas da casa reiteram enxergar o caso de Copel (CPLE6) como o mais acertado para o curto prazo, com seu processo já estando mais adiantado em relação às suas comparáveis.

Para o Itaú BBA, os resultados foram neutros, com um Ebitda ajustado no 4T22 em linha (estável em relação ao ano anterior), com resultados mais fracos para o braço de distribuição sendo compensados pelo desempenho de G&T [Geração e Transmissão] + holding, bem como pelo forte crescimento do Ebitda da Gasmig.

“A empresa também propôs uma distribuição de dividendos de R$ 249 milhões para complementar os dividendos anunciados anteriormente, o que elevaria o total de dividendos relacionados aos seus resultados de 2022 para R$ 2,2 bilhões”, aponta o BBA.

Foto: Divulgação

LEIA TAMBÉM

Envie seu comentário