Por CNN
O diretor-executivo para as Américas da Eurasia, Christopher Garman, analisou, nesta terça-feira (4), em entrevista à CNN, que, na atual situação, é provável que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fique inelegível pelos processos que enfrenta na Justiça Eleitoral.
“Hoje, parece mais provável que ele será inelegível. A conversa em Brasília, os sinais que o TSE está dando sobre os diversos casos que estão andando, apontam para uma decisão que possam torná-lo inelegível”, explicou Garman.
“Do lado do caso criminal, é mais difícil cravar. Mas até acho que vários atores em Brasília, no Congresso também, e o próprio partido, o PL, trabalham com essa expectativa de virar inelegível. Do lado de ser preso, é uma aposta um pouco mais difícil de se fazer”, continuou.
O julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pode tornar Bolsonaro inelegível terá capítulos importantes nesta semana, quando o Ministério Público Eleitoral e a defesa deverão apresentar as alegações finais.
Essa é a última parte do processo antes que o relator do caso, ministro Benedito Gonçalves, libere o caso para ser julgado pelos ministros da Corte eleitoral – que deve ocorrer até segunda-feira (10).
Trata-se de uma ação movida pelo PDT em agosto do ano passado que acusa Bolsonaro de ter cometido abuso de poder político e uso indevido de meios de comunicação após reunião do então presidente com embaixadores no Palácio da Alvorada, no dia 18 de julho de 2022, quando a confiabilidade das urnas eletrônicas foi colocada em dúvida.
O PDT solicitou — e foi atendido pelo TSE — para que o ex-ministro Anderson Torres fosse ouvido sobre a minuta de um decreto para instalar no Brasil um “estado de Defesa” à época das eleições de 2022.
Na última sexta-feira (31) o ministro Benedito Gonçalves decidiu encerrar a fase de produção de provas e de oitiva de testemunhas no processo. Foram ouvidos, além de Torres, os ex-ministros Carlos França e Ciro Nogueira, e deputados escolhidos pela defesa de Bolsonaro.
Depoimento sobre joias
Jair Bolsonaro deve prestar, nesta quarta-feira (5), depoimento na sede da Polícia Federal (PF), em Brasília, a partir das 14h30, no caso que investiga a entrada ilegal no país de joias dadas ao governo brasileiro pela Arábia Saudita.
Serão colhidos dez testemunhos pela PF, simultaneamente e em salas diferentes. Entre as pessoas que serão ouvidas estão o ajudante de ordens do ex-chefe do Executivo, tenente-coronel Mauro Cid, além de assessores do governo Bolsonaro e fiscais da Receita Federal.
O objetivo da polícia é confrontar informações e impedir compartilhamentos de estratégias de defesa.
Foto: REUTERS/Evelyn Hockstein/File Photo