Por Metrópoles
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro negou, nesta terça-feira (25/4), que tenha recebido em mãos as joias presenteadas por autoridades da Arábia Saudita e que entraram ilegalmente no Brasil.
A ex-primeira-dama admitiu, no entanto, que os objetos chegaram ao Palácio da Alvorada. “Foi tudo feito pelo trâmite administrativo”, disse. Questionada se o material foi entregue em mãos, Michelle respondeu: “Eu não [recebi]. Estava no Alvorada. Ela é passada pela administração”.
A informação de que Michelle teria recebido o segundo kit de joias sauditas em mãos foi divulgada nesta terça pelo jornal O Estado de S.Paulo. O veículo teve acesso ao depoimento à Polícia Federal de uma funcionária do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica (GADH) da Presidência da República.
De acordo com a funcionária do GADH, a entrega das joias teria ocorrido em 29 de novembro de 2022, no Palácio da Alvorada. O kit teria sido entregue pessoalmente a Michelle e conferido, também pessoalmente, pelo então presidente, Jair Bolsonaro (PL).
“Estava [o kit de joias] no Alvorada. Eu morava onde? No Alvorada, não é verdade?”, esquivou-se Michelle, quando perguntada pelos jornalistas.
A ex-primeira-dama também foi questionada sobre o paradeiro das joias. “Vocês são muito mal informados. Não está na Caixa Econômica Federal? É o lote da cor ouro rosé. É masculina, mas era ouro rosé. Um terço, um relógio. Abotuaduras, uma caneta. Vocês já sabem disso”, concluiu.
As declarações de Michelle foram feitas durante visita feita ao Congresso Nacional, onde participou de agenda com lideranças do Partido Liberal na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.
Kit de joias
O kit é composto de relógio com pulseira de couro, par de abotoaduras, caneta rosa gold, anel e um masbaha rose gold, todos da marca suíça Chopard. As joias chegaram ao Brasil pela comitiva do ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque, em outubro de 2021, sem aprovação da Receita Federal.
O recibo das joias entregues no Palácio da Alvorada foi assinado por Rodrigo Carlos dos Santos, funcionário do Gabinete de Documentação Histórica da Presidência. Ele aparece listado no acervo privado de Bolsonaro.
Foto: Igo Estrela/Metrópoles