Por G1
A indicação do secretário-executivo da Fazenda, Gabriel Galípolo, para a diretoria de política monetária do Banco Central mira a presidência do Banco Central antes do final de 2024, até quando vai o mandato de Roberto Campos Neto.
O ministro Fernando Haddad, ao fazer o anúncio nesta segunda-feira (8), disse que a ideia de levar Galípolo para o BC partiu do próprio Campos Neto. De fato, o presidente atual e o secretário-executivo tem boa relação a ponto de já ter sido aventado um desenho em que Campos Neto anteciparia sua saída da presidência.
Galípolo faria uma imersão no BC e Campos Neto anteciparia a sua saída em seis meses. Esse desenho era mais provável com a indicação de Galípolo no final do ano. Com a ida dele ainda neste semestre, há dúvidas se RCN (Campos Neto) anteciparia sua saída.
A pressão política, no entanto, tem aumentado, principalmente no Senado, casa que, de acordo com a lei, pode determinar o afastamento do presidente do BC em alguns casos previstos em lei, entre os quais o reiterado não cumprimento da meta de inflação.
Galípolo tornou-se nome de confiança não só de Haddad, como do presidente da Câmara, Arthur Lira, e o presidente Lula. A ida dele para o BC é vista como uma missão diante do diagnóstico interno de que a economia não deslanchará caso os juros de mantenham em 13,75%.
Os mecanismos para forçar a queda de juros são escassos. Galípolo será minoria nesta diretoria, mas a aposta é a de que deve começar a abrir a divergência e o debate sobre os juros internamente.
Foto: Reprodução Jornal Nacional