Por Metrópoles
Perícias no celular do tenente-coronel Mauro Cid, apreendido na operação da Polícia Federal (PF) que determinou a prisão dele, revelam trocas de mensagens sobre remessas de dinheiro para fora do país. Os montantes chamaram a atenção dos investigadores, que pedirão a quebra de sigilo da conta bancária no exterior.
Além do escândalo de fraudes em certificados de vacinação, que envolvem o ex-presidente, o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) é investigado por lavagem de dinheiro. A ação é um desdobramento da operação Venire, após os agentes apreenderem cerca de US$ 35 mil e R$ 16 mil em espécie na casa de Mauro Cid, que fica no Setor Militar Urbano (SMU), em Brasília.
A partir da perícia no dispositivo telefônico, investigadores extraíram trocas de mensagens com um suposto operador da conta, que seria do tenente-coronel nos Estados Unidos (EUA). As informações são da TV Globo.
Diante da magnitude dos valores financeiros, a equipe de investigação responsável pelo caso na PF pedirá a quebra de sigilo da conta, por meio do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Internacional do Ministério da Justiça (DRCI).
O trâmite no Brasil costuma ser rápido, mas a obtenção das informações pode demorar no Departamento de Justiça dos Estados Unidos.
Operação Venire
Mauro Cid foi preso preventivamente na última quarta-feira (3/5), em operação da PF que investiga ssociação criminosa acusada de inserir dados falsos de vacinação contra Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde.
A ação da PF também cumpriu mandado de busca e apreensão na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), suspeito de ter tido o cartão de vacinas dele e da filha, Laura, adulterados. O celular do ex-mandatário foi apreendido.
Foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão e seis pessoas foram presas preventivamente em Brasília e no Rio de Janeiro. Ao menos dois ajudantes de ordem e seguranças do ex-presidente acabaram presos.
Um deles é o ex-policial Max Guilherme, ex-assessor especial de Bolsonaro, além de Mauro Cid e Sérgio Cordeiro, ex-assessor e segurança de Bolsonaro.
Outro assessor, Marcelo Câmara foi alvo de busca e apreensão. Todos viajaram para Orlando, nos Estados Unidos, com o ex-presidente, no fim de 2022, após a derrota nas eleições.
Foto: Fábio Vieira/Metrópoles