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ALMG desarquiva pedido de Zema por adesão ao Regime de Recuperação Fiscal Governo mineiro tem aval do STF para ingressar em plano de refinanciamento da dívida, mas quer aval legislativo para fortalecer estratégia

14 de junho de 2023, 09h04 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

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Por Itatiaia

A Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) desarquivou, nesta terça-feira (13), o projeto de lei (PL) que autoriza a adesão do estado ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF). O desarquivamento aconteceu a pedido do governador Romeu Zema (Novo), que defende o ingresso no programa de ajuste de contas como saída para renegociar a dívida de cerca de R$ 150 bilhões que Minas Gerais contraiu junto à União.

Zema pediu autorização legislativa para aderir à Recuperação Fiscal ainda em 2019, mas a solicitação ainda não foi analisada pelos deputados estaduais. No ano passado, o governo estadual recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF), que consentiu com a entrada de Minas Gerais ao plano de ajuste fiscal mesmo sem o aval da Assembleia.

O impasse ocorre por causa de contrapartidas presentes no plano. Parte dos deputados teme, a reboque do refinanciamento da dívida, o congelamento de salários do funcionalismo público, além de desinvestimentos em serviços públicos.

No fim de janeiro, por causa do fim da última sessão legislativa, o projeto de adesão à Recuperação Fiscal acabou arquivado. O retorno à tramitação acontece por meio de um texto substitutivo, construído pela equipe econômica de Zema para contemplar mudanças ocorridas desde 2021 — ano da última versão do PL sobre o tema.

Apesar do aval do Supremo à adesão, o governo Zema entende que a autorização legislativa é importante para dar força ao plano de Recuperação Fiscal.

Ajuste fiscal previsto para durar nove anos

A estratégia de Zema prevê nove anos de vigência para o RRF. O processo de ajuste de contas se iniciaria após a homologação, por parte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do Plano de Recuperação Fiscal. O documento tem de conter as metas previstas para cada exercício, bem como as medidas fiscais implementadas pelo poder público estadual.

Apesar disso, o prazo para aprovação do projeto e a conclusão da adesão ao Regime de Recuperação Fiscal é alvo de uma divergência entre o governo Zema e a Secretaria de Tesouro Nacional (STN) do Palácio do Planalto.

Pela lei, os estados que iniciam a adesão ao RRF têm 12 meses de suspensão dos pagamentos da dívida. O governo federal entende que, no caso de Minas, esse prazo começou a contar em julho de 2022, data em que o estado, amparado pelo STF, entrou com o pedido para iniciar o processo de adesão, e portanto iria até o mês que vem, julho de 2023.

O governo Zema, por sua vez, entende que o prazo começa a contar em dezembro do ano passado, quando o ingresso foi aceito.

“O que tem prazo é a aprovação da adesão, que depende da manifestação da Assembleia. Nós entendemos que temos até o final do ano. Espero que a Secretaria do Tesouro Nacional perceba que ela cometeu um erro de interpretação”, disse, no início do mês, o vice-governador Mateus Simões, do Novo.

Foto: Guilherme Bergamini/ALMG

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