Por G1
A senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da CPI dos Atos Golpista, falou em entrevista ao GloboNews Mais, da GloboNews, sobre o bate-boca que tomou conta da sessão desta terça-feira (20) durante o depoimento do ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques.
“A gente está em um ritmo de oitiva e o depoente tem que responder as perguntas. Houve uma tentativa de tumultuar, claramente. O parlamentar nem sequer estava participando da oitiva e, de repente, ele chega e cria um clima de muito tumulto, na parte mais intensa da oitiva”, relata.
O parlamentar citado por Eliziane é o deputado Delegado Éder Mauro (PL-PA) que, segundo ela, tentou desviar o foco.
“Acabei sendo mais enfática, pedindo para que ele se calasse. Em alguns momentos da vida se precisa ter uma posição de forma mais firme, sob pena de você ser atropelado e ter o cerceamento de suas prerrogativas. Ele tentou, talvez, passar por cima, talvez por ser uma mulher a relatora da comissão”, completou.
A senadora disse que nada vai impedir o seu direito de falar na comissão. Sobre o depoimento de Vasques, Eliziane Gama avalia que o ex-chefe da PRF tentou desviar o foco em sua fala.
“O depoimento de hoje foi muito importante. A gente viu ao longo de todo o processo ele tergiversando, mentindo e tentando desviar o foco principal da pergunta. Às vezes se fundamentando em palavras muito pequenas para não tentar responder no objeto específico de fato das nossas perguntas”, conta a senadora.
A pergunta que gerou discórdia na comissão foi sobre uma suposta agressão a um frentista feita por Silvinei Vasques.
Segundo a relatora, o frentista teria sido agredido por Silvinei por se recusar a lavar uma viatura. O caso não tem relação com os atos antidemocráticos de 8 de janeiro investigados pela CPI.
O questionamento irritou parlamentares da oposição presentes à CPI e a sessão precisou ser interrompida para os ânimos se acalmarem.
Aos gritos, Éder Mauro, que não é integrante da CPI, protestou contra a condução do depoimento por Eliziane. A senadora tentou refazer o questionamento ao depoente, mas foi novamente interrompida pelo deputado. A parlamentar, então, mandou Éder Mauro se calar.
Éder Mauro protestou, mas teve o microfone cortado.
Foto: Pedro França