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Barroso recua após declaração sobre ‘derrotar o bolsonarismo’ e diz que não quis ofender eleitores de Bolsonaro Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) é alvo de movimentação da oposição para coletar assinaturas e apresentar o pedido de impeachment dele ao Congresso

13 de julho de 2023, 17h26 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

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Por Itatiaia

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso indicou ter sido mal-interpretado após declaração feita durante um encontro da União Nacional dos Estudantes (UNE) nessa quarta-feira (12) sobre ‘derrotar o Bolsonarismo’. Em meio à movimentação de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para apresentar um pedido de impeachment e retirá-lo da Corte, o ministro emitiu uma nota à imprensa nesta quinta-feira (13) esclarecendo o que pretendia ter dito.

“Me referia ao extremismo golpista e violento que se manifestou no 8 de janeiro e que corresponde a uma minoria”, começou. “Jamais pretendi ofender os 58 milhões de eleitores do ex-presidente e nem criticar uma visão de mundo conservadora e democrática, que é perfeitamente legítima”, declarou. Barroso encerra a nota afirmando ter respeito por todos os eleitores e políticos. “Sejam eles conservadores, liberais ou progressistas”, concluiu.

Declaração. O ministro Luís Roberto Barros participou do Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE) nessa quarta-feira (12) e, após ser vaiado, afirmou: “Nós derrotamos a censura. Nós derrotamos a tortura. Nós derrotamos o bolsonarismo para permitir a democracia e a manifestação livre de todas as pessoas”.

A declaração gerou mal-estar entre políticos de oposição e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que na noite passada começaram a articular a coleta de assinaturas para apresentar um pedido de impeachment do ministro ao Congresso Nacional.

Leia a nota na íntegra:

“Na data de ontem, em Congresso da União Nacional dos Estudantes, utilizei a expressão “Derrotamos o Bolsonarismo”, quando na verdade me referia ao extremismo golpista e violento que se manifestou no 8 de janeiro e que corresponde a uma minoria. Jamais pretendi ofender os 58 milhões de eleitores do ex-Presidente nem criticar uma visão de mundo conservadora e democrática, que é perfeitamente legítima. Tenho o maior respeito por todos os eleitores e por todos os políticos democratas, sejam eles conservadores, liberais ou progressistas.”

‘Infeliz, inadequada e inoportuna’, classifica Pacheco

O presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) classificou a declaração do ministro Luis Roberto Barroso como “infeliz, inadequada e inoportuna”. Ele criticou a fala em meio à tentativa de pacificação do país e garantiu que irá apreciar o pedido de impeachment do ministro se o documento chegar às mãos dele.

“A presença de um ministro em um evento de natureza política e a fala de natureza política é algo que reputo infeliz, inadequado e inoportuno”, disse. “Espero que haja retratação no alto de sua cadeira de ministro do Supremo Tribunal Federal e prestes a assumir a presidência da Suprema Corte”, indicou.

“Pedidos de impeachment devem ser individualmente analisados. Havendo o pedido, naturalmente me caberá apreciar com toda a decência que se exige em uma apreciação dessa natureza”, detalhou Pacheco. O presidente do Congresso alegou também saber sobre a movimentação da oposição para coletar assinaturas à procura de protocolar o pedido de impeachment do ministro.

Pacheco, entretanto, declarou que acredita em conciliação após a declaração de Barroso e cravou que, se não acatar o pedido da oposição, não significará que concorda com a postura do membro do STF. “Impeachment é sempre algo negativo, mas, não significa que uma decisão negativa seja um movimento de concordância com determinadas posturas”, afirmou.

Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

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