Home Brasil Tarcísio confirma 8 mortes no Guarujá e nega excessos da PM após assassinato de soldado

Tarcísio confirma 8 mortes no Guarujá e nega excessos da PM após assassinato de soldado Tarcísio de Freitas convocou entrevista coletiva, mas evitou responder perguntas sobre denúncia da Ouvidoria de mortes praticadas pela PM

31 de julho de 2023, 17h59 | Por Carlos Lindenberg

by Carlos Lindenberg

Por Metrópoles

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) confirmou, em entrevista coletiva nesta segunda-feira (31/7), oito mortes em operação da Polícia Militar no Guarujá, litoral de São Paulo, e negou que tenha havido excessos. Ele também afirmou que 10 pessoas foram presas. A Ouvidoria das Polícias de São Paulo fala em 10 mortes.

Tarcísio tratou como “narrativa” a denúncia da Ouvidoria de que teria havido excessos, incluindo um caso de tortura, nas ações policiais do fim de semana como resposta à morte do soldado Patrick Bastos Reis, 30 anos, na quinta-feira (27/1).

“Cada ocorrência é investigada. Não há ocorrência que não seja investigada. Agora, não podemos permitir que a população seja usada e não podemos sucumbir a narrativas. A gente está enfrentando o tráfico de drogas. A gente está enfrentando o crime organizado, e a gente tem de ter consciência disso”, afirmou o governador.

Tarcísio e seu secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, afirmaram que as mortes foram decorrentes de confrontos entre traficantes e policiais. Das oito mortes confirmadas pelo governo, a gestão Tarcísio admitiu que nem sequer conseguiu identificar quatro dos corpos.

“Foram oito ocorrências ao longo dessa operação. A polícia quer evitar o confronto de toda forma, ninguém quer o confronto. Agora, temos uma polícia treinada e que segue as regras de engajamento. A partir do momento em que a polícia é hostilizada, a partir do momento em que há confronto, a partir do momento em que a autoridade policial não é respeitada, infelizmente há o confronto, e a gente não quer o confronto”, frisou Tarcísio.

“Nós tivemos 10 prisões. Aqueles que resolveram se entregar foram presos e apresentados à Justiça. O atirador do disparo foi preso, entregue à Justiça, como tem de ser. A gente não quer de maneira nenhuma o confronto”, continuou o governador.

Embora diga que o governo não quer o confronto, Tarcísio afirmou que, ao mesmo tempo, “não vai tolerar a agressão”. “Porque a polícia reage e vai repelir a ameaça”, disse.

Derrite, por sua vez, pontuou que as denúncias de excessos feitas pela população à Ouvidoria das Polícias fariam parte de uma estratégia do tráfico de drogas para enfraquecer as operações policiais.

“Assusto muito com essa violência do crime organizado”, afirmou o secretário, ao dizer que a ação da polícia seria uma resposta à postura dos suspeitos.

Tortura

Derrite disse que não tem informações sobre suspeitas de tortura. “São narrativas, como o governador mencionou.” Ele repetiu a frase na sequência. “Essa versão de que um indivíduo foi torturado não passa de narrativas, para nós. Oficialmente, não chegou nenhuma versão.”

Sobre o vídeo gravado pelo suspeito de cometer o assassinato, Erickson David da Silva, de 28 anos, o secretário questionou a validade da mensagem.

“Depois que esse assassino foi preso, aí ele vira um bonzinho, coitadinho. Na verdade, ele é o maior causador dessa tragédia que aconteceu na vida do soldado Reis”, disse. “Depois que é preso, todo mundo vira santo, trabalhador”, afirmou. “É uma estratégia do crime organizado, inclusive de cooptar moradores, que também são vítimas do tráfico, a apresentarem versões.”

Foto: Governo do Estado de São Paulo

LEIA TAMBÉM

Envie seu comentário