Por Hoje em dia/ Blog do Lindenberg
Caiu como uma bomba a revelação do hacker Walter Delgatti Netto, segundo a qual, no encontro com o ex-presidente Jair Bolsonaro ele poderia ser indultado, assim como foi o ex-deputado Daniel Silveira. Não pesou menos a acusação de Delgatti de que ele estaria encarregado de grampear o telefone do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, tudo intermediado pela deputada Carla Zambeli, cujo marido é da Polícia Militar do Ceará. Saiu no final de sexta-feira a quebra do sigilo bancário de Jair Bolsonaro e de sua mulher, Michelle.
Não menos impressionante é que o hacker teria sido orientado pela deputada Carla Zambelli, antes de entrar para a reunião com Jair Bolsonaro, a deixar o seu celular no modo avião, o que, segundo o advogado Ariovaldo Moreira, defensor do hacker, fez com que ele não tivesse gravações das conversas e das supostas ordens dadas pelo então presidente da República.
Conhecido como o “hacker da Vaza Jato”, Walter Delgatti prestou novo depoimento à Polícia Federal para esclarecer as contradições entre o depoimento de quarta-feira, à própria PF, e na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), que apura os atos antidemocráticos de 8 de janeiro.
O advogado César Bittencourt, que defende o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, afirmou ao Estúdio I, da Globo News, nesta sexta-feira, que seu cliente vendeu o relógio Rolex e entregou o valor da venda, em dinheiro vivo, para o ex-presidente ou para a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Mauro Cid está preso desde 3 de maio, quando foi alvo de uma operação da Polícia Federal que investiga a inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 no sistema do Ministério da Saúde, de integrantes da família do ex-auxiliar e do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Há muito o que se apurar ainda com relação ao 8 de janeiro, sobre a participação de Carla Zambelli, que teria pago R$ 40 mil ao hacker, mas sobretudo com relação ao rolo em que está metido o ex-presidente Jair Bolsonaro e sua mulher, Michelle. Como dito no início desse comentário, as revelações de quinta-feira – e mesmo dessa sexta-feira – caíram como uma bomba sobre a família Bolsonaro. Mas também é preciso investigar um pouco mais as revelações do hacker de Araraquara. O que parece certo é que o hacker vai estar sob o programa de proteção à testemunha, como garantiu o presidente da CPMI do 8 de janeiro, deputado federal Arthur Oliveira Maia. Há muito ainda o que se apurar com relação às revelações do hacker de Araraquara e até onde elas são verdadeiras.
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