Minas de Milton Campos, de Juscelino Kubistchek, de Itamar Franco e de tantos outros nomes à altura da tradição de Minas Gerais, não merecia o dia de ontem, quando o governador Romeu Zema, na busca de uma vaga para o Senado, entregou ao ex-presidente Jair Bolsonaro o título de Cidadão honorário de Minas Gerais.
Entre uma decisão e outra, na verdade, houve quatro anos de atraso, porque esse título estava guardado na gaveta de Zema há pelo menos quatro anos. Foi lá atrás, quando Zema pediu que Minas votasse com Bolsonaro, que esse titulo saiu da gaveta do governador e ele mesmo o entregou ao ex-presidente, não sem antes dizer das agruras por que passou no corre-corre a Brasília em busca de recursos.
Ocorre que a moção de Zema era extensiva tanto ao ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, Sérgio Moro, quanto ao vice-presidente da época, Hamilton Mourão. Até então, a indicação de nomes para receber a honraria era prerrogativa do governador. Já no ano seguinte a prerrogativa mudou de lado e passou a ser do Poder Legislativo. Como o afago de Zema a Bolsonaro ocorreu em 2019, atendeu à norma vigente à época, daí porque o próprio Zema concedeu a honraria – e com isso as homenagens a Sérgio Moro e Hamilton Mourão caíram nas calendas, ou seja, no esquecimento. A menos que queiram reeditar o feito agora.
Enfim, uma boa notícia. A Câmara Municipal de Porto Alegre resolveu revogar o Dia Municipal do Patriota, que seria comemorado no dia oito de janeiro, mesmo dia do ataque aos golpistas apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro à sede dos Três Poderes, em Brasília.
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