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Operação para combater sonegação fiscal e lavagem de dinheiro é deflagrada no estado

24 de outubro de 2019, 18h18 | Por Carlos Lindenberg com Letícia Horsth

by Carlos Lindenberg com Letícia Horsth

Duas pessoas são presas e 21 mandados de busca e apreensão são cumpridos em 11 cidades mineiras durante uma operação que combate um suposto esquema de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro na indústria de rações para animais nesta quinta-feira (24).

Entre os alvos da operação Petscan, deflagrada pela Polícia Civil de Minas Gerais em conjunto com o Ministério Público e a Receita Estadual, estão empresas fabricantes e distribuidoras de rações. Segundo as autoridades, a principal envolvida no esquema é uma grande fabricante de rações, que não teve o nome divulgado, apenas o endereço da companhia. No local, a nossa reportagem apurou que funciona o Grupo Lupus. No site, eles se identificam como o maior grupo de pet food do Brasil e o oitavo maior do mundo.

A estimativa é que a empresa tenha sonegado mais de 200 milhões de reais de ICMS, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços. O grupo Lupus também foi alvo da primeira fase da operação Petscan, deflagrada em dezembro de 2016. Na ocasião, foi apreendida grande quantidade de documentos e copiados arquivos eletrônicos que serviram de base para a emissão de cinco multas pelo fisco mineiro, cujos valores alcançam cerca de 200 milhões de reais.//

A investigação da Receita aponta a venda de mercadorias sem nota fiscal, notas emitidas em nome de “laranjas”, subfaturamento para reduzir o valor do imposto a ser pago e venda de rações para pet como se fosse para animais de produção, que é isento de ICMS. Uma das práticas da indústria era a “venda com meia nota”.

A Operação “Pet-Scan Dois” é realizada por uma força-tarefa formada pela Receita Estadual, Polícia Civil e Ministério Público de Minas. São quatro mandados de prisão, sendo dois em Belo Horizonte, um em Lagoa Santa e um em Muriaé, na Zona da Mata Mineira.

Segundo a investigação, o esquema da fraude envolveu transportadoras de cargas e distribuidores atacadistas, todos ligados ao mesmo grupo. Os envolvidos podem responder por crimes contra a ordem tributária, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

Mais de 140 agentes participam da operação. São 70 servidores da Receita Estadual e 79 policiais civis, entre investigadores e delegados.

Foto: PCMG

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