Por Estado de Minas
O governador Romeu Zema (Novo) defendeu que as denúncias feitas pelo presidente da Câmara de BH, vereador Gabriel Azevedo (Sem partido), contra membros da sua gestão, sejam devidamente apuradas. Neste domingo (3/9), o parlamentar havia afirmado que o secretário de Estado da Casa Civil, Marcelo Aro (PP), estaria interferindo no funcionamento do legislativo da capital mineira e teria até ameaçado outros vereadores.
Nesta segunda-feira (4/9), Zema participou de uma cerimônia em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de BH, não citou nomes, mas disse não ter protegidos dentro do governo. “Eu não sou investigador, mas sou favorável a todo tipo de apuração, de investigação, que tudo seja apurado e esclarecido. Eu gosto de proteger o que é certo, eu não protejo ninguém. (…) Espero que tudo seja esclarecido”, afirmou.
A fala do governador ocorre no momento em que a Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) deve votar a abertura de um processo de cassação contra Gabriel Azevedo, acusado pela deputada federal Nely Aquino (Podemos) de abuso de autoridade e quebra de decoro parlamentar no âmbito das investigações da CPI da Lagoa da Pampulha. A parlamentar seria parte de um grupo intitulado como “Família Aro”, que envolveria ainda outros vereadores.
Gabriel Azevedo enviou ofícios ao vice-governador Mateus Simões (Novo), ex-vereador de BH, e à ouvidoria-geral do estado cobrando providências contra as supostas interferências do secretário.
“Desde o recebimento da denúncia de cassação do meu mandato, pelo vice-presidente da Câmara, Vereador Professor Juliano Lopes (Agir), diversos vereadores relataram a esta presidência ações para pressioná-los a votar pela abertura do processo de cassação por parte de Marcelo Aro”, escreve o presidente da Câmara Municipal.
O Estado de Minas procurou o secretário Marcelo Aro para se manifestar sobre as acusações, mas até o fechamento da matéria não houve retorno. O espaço ainda está aberto para atualizações.
Hoje os vereadores voltam a analisar a denúncia contra Gabriel Azevedo e serão necessários 21 votos para abertura do processo. A última sessão que tratou do caso foi marcada por intensa obstrução dos aliados do parlamentar.
Utilizando de mecanismos regimentais os vereadores se revezaram no microfone, liam documentos de forma “morosa”, e pediam recursos sobre questionamentos do lado opositor, forçando uma série de votações simbólicas. No final, até cantaram parabéns para os aniversariantes do dia.
O presidente da casa articulava para postergar a abertura do processo contra ele e também para não ser afastado da presidência da Casa – tema que foi o maior foco do debate.
Foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press