Por CNN
Imagens exclusivas da CNN mostram a movimentação de tanques israelenses próximos à fronteira com Gaza nesta sexta-feira (13). O prazo estabelecido para que civis se realoquem para o sul da Faixa se encerra em menos de duas horas.
Militares de Israel ordenaram que 1,1 milhão de palestinos em Gaza se deslocassem para o sul em 24 horas. O prazo se encerra por volta das 18h, no horário de Brasília, próximo à meia noite no fuso israelense.
Em meio à possibilidade de as tropas realizarem uma entrada terrestre em Gaza, tanques israelenses passaram atrás de reportagem da CNN, mostram as imagens. A jornalista Erin Burnett fazia entrada ao vivo.
A equipe da CNN estava posicionada a poucos quilômetros dos locais por onde o Hamas invadiu Israel no último sábado (7). Diversos tanques no que parece um movimento de reorganização.
O impacto da passagem do batalhão cobre a imagem e a jornalista de areia. Burnett relata que a equipe de reportagem esteve ao longo de toda a fronteira. Ela destaca a prontidão, que parecem “preparadas para a invasão”.
Israel deu ao hospital Al Awda, em Gaza, apenas duas horas para que o local fosse esvaziado, de acordo com a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF). O anúncio ocorreu por volta das 16h (Brasília).
O hospital, um dos vários que o Médicos Sem Fronteiras apoia em Gaza, “ainda estava tratando dos pacientes” ao receber o anúncio, disse o grupo de ajuda médica.
ONU alerta para “consequências humanitárias devastadoras”
“As Forças de Defesa de Israel (FDI) pedem a evacuação de todos os civis da cidade de Gaza de suas casas ao sul para sua própria segurança e proteção e mudança para a área ao sul de Wadi Gaza”, disseram as Forças de Defesa de Israel no comunicado que ordenou a evacuação.
Entretanto, a Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou que é “impossível” que isso seja feito “sem consequências humanitárias devastadoras”.
“As Nações Unidas apelam veementemente para que qualquer ordem deste tipo, se confirmada, seja cancelada, evitando o que poderia transformar o que já é uma tragédia em situação calamitosa”, alertou o porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, em comunicado.
Dujarric também ressaltou que a ordem dos militares israelenses também se aplica a todos os funcionários da ONU e àqueles abrigados nas instalações da organização, incluindo escolas, centros de saúde e clínicas.
O embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, disse que a resposta ONU é “vergonhosa”, e que a Organização deveria se concentrar em condenar o Hamas.
O ataque terrorista do grupo radical islâmico Hamas contra Israel no último sábado (7) matou ao menos 1.300 pessoas até o momento e é o pior ataque contra civis na história de Israel.
Israel respondeu colocando Gaza, onde vivem 2,3 milhões de pessoas, sob cerco, dizendo que “não haverá eletricidade, água ou combustível” até que o Hamas devolva os reféns capturados. O país também está realizando bombardeios, que destruíram bairros inteiros, na Faixa de Gaza. Mais de 1.800 palestinos foram mortos, segundo o Ministério da Saúde palestino.
Foto: REUTERS/Amir Cohen