Por Itatiaia
O presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), vereador Gabriel Azevedo (sem partido), foi intimado nesta quarta-feira (11) a prestar depoimento sobre uma denúncia feita por outro parlamentar, o vereador Miltinho CGE (PDT).
O pedetista acusa Azevedo de ter cometido crimes de calúnia e difamação durante uma entrevista ao vivo em um programa de TV aberta, em maio deste ano. Na ocasião, o presidente da CMBH disse que a Câmara recebeu denúncia e pedido de cassação contra Miltinho por suposto esquema de “rachadinha”, desvios de recursos de uma Organização Não-Governamental (ONG) e nepotismo, crimes que já estariam sendo investigados pelo Ministério Público.
Miltinho nega as acusações e disse, na época, que a investigação de “rachadinha” não existia e que ele já tinha fechado um acordo com o Ministério Público por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta.
Segundo apurado pela Itatiaia, o presidente da Câmara Municipal compareceu hoje à Delegacia Regional de Polícia Civil da região Centro-Sul de Belo Horizonte, pela manhã, onde foi ouvido pela polícia sobre o tema. O teor do depoimento não foi divulgado.
O vereador Miltinho CGE já prestou depoimento no caso, no mesmo dia que registrou ocorrência contra Gabriel por difamação – em 14 de setembro. Ele demorou quatro meses para denunciar o colega e argumentou que a demora para registrar a ocorrência foi por que ele preferiu não saber do teor da entrevista na época que ela ocorreu.
O que diz Miltinho CGE?
A assessoria do vereador Miltinho CGE confirmou que ele também representou contra a TV Band Minas e o apresentador do Brasil Urgente Minas, Marcos Maracanã. O entendimento do corpo jurídico do vereador é que o apresentador endossou o presidente da Câmara, Gabriel Azevedo, sem sequer apurar o conteúdo da denúncia que foi protocolada.
Segundo a defesa do parlamentar, a denúncia apresentada no Ministério Público, que foi encerrada após a assinatura de Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), não tinha nenhuma relação com o esquema de “rachadinha”. Os advogados alegam que a emissora chegou a colocar uma chamada na tela com os dizeres “Mais um vereador pode ser cassado por rachadinha”. Segundo os advogados, a emissora e apresentador o trataram o assunto como se fosse um fato consumado, e por isso, causaram um dano a imagem do vereador. A assessoria diz que o vereador foi hostilizado nas ruas por causa da veiculação do assunto na emissora.
Procurados, TV Band e Maracanã dizem que desconhecem esta informação e que ainda não foram notificados ou intimidados para prestar depoimento neste caso.
Respostas
Procurados, a Band Minas e o apresentador Marcos Maracanã afirmaram que desconhecem o inquérito. A emissora destaca ainda que zela pelo jornalismo profissional, plural e de qualidade.
O vereador Gabriel Azevedo foi procurado pela reportagem por meio de sua assessoria de imprensa, mas ainda não se manifestou sobre o depoimento.
Foto: Karoline Barreto/CMBH