Por DCM
Nesta quinta-feira (19), o Escritório Humanitário da ONU publicou dados alarmantes sobre a situação em Gaza. Corpos de palestinos estão em estado de decomposição devido aos ataques de Israel, que já atingiram 100 mil unidades residenciais na região.
Segundo o levantamento, mais de 3,4 mil palestinos, incluindo 853 crianças, perderam suas vidas. 47 famílias inteiras foram dizimadas, deixando nenhum membro sobrevivente. Do lado de Israel, o número de mortos é de 1,4 mil.
A destruição atingiu pelo menos um quarto das residências em Gaza, com hospitais operando em condições precárias. Centenas de pessoas ainda estão presas sob os escombros, aguardando resgate ou recuperação. As informações foram divulgadas pelo colunista Jamil Chade, do UOL.
A decomposição de corpos sob edifícios colapsados é uma crescente preocupação humanitária e ambiental, com equipes de resgate enfrentando desafios significativos devido a ataques aéreos contínuos, falta grave de combustível para veículos e equipamentos, e comunicação limitada ou inexistente.
Em 14 de outubro, o Ministério de Obras Públicas de Gaza relatou a destruição de 8.840 unidades habitacionais e a inabilitação de 5.434 unidades habitacionais, resultando no deslocamento de cerca de 25.000 famílias. Outras 83.750 unidades habitacionais sofreram danos menores ou moderados.
O número total de unidades habitacionais destruídas ou danificadas, 98.024 no total, representa cerca de 25% de todas as unidades residenciais em Gaza. Esse número pode ser ainda maior, pois áreas gravemente afetadas, como Beit Hanoun e Ash Shuja’iyeh, na cidade de Gaza, permanecem inacessíveis, e os edifícios destruídos não estão contabilizados.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) documentou 59 ataques a serviços de saúde, incluindo o Hospital Al Ahli, resultando em 491 mortes e 370 feridos, incluindo 16 mortes de profissionais de saúde e 28 feridos enquanto estavam em serviço.
Quatro hospitais, todos no norte de Gaza (Beit Hanoun, Hamad Rehabilitation, Al Karama e Ad Dura), tiveram que ser evacuados e estão inoperantes.
Além disso, 170 instalações educacionais foram atingidas, incluindo pelo menos 20 escolas da UNRWA, duas das quais foram usadas como abrigos de emergência para deslocados internos. Um prédio universitário e sete igrejas foram danificados, e pelo menos onze mesquitas foram destruídas.
As instalações de água e saneamento também sofreram danos graves, ameaçando o abastecimento de 1,1 milhão de pessoas. Durante a noite de 18 de outubro, uma das seis padarias contratadas pela ONU que fornecia pão para cerca de 12.000 pessoas foi atingida. A padaria, localizada em Deir Al Balah, não está mais operacional.
Foto: REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa