Home Brasil Abin fez mais de 30 mil ações ilegais de espionagem durante governo Bolsonaro

Abin fez mais de 30 mil ações ilegais de espionagem durante governo Bolsonaro

20 de outubro de 2023, 14h42 | Por Redação ★ Blog do Lindenberg

by Redação ★ Blog do Lindenberg

Por DCM

Segundo as investigações da Polícia Federal (PF), a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) utilizou um sistema de monitoramento de geolocalização, conhecido como FirstMile, de maneira indevida em mais de 30 mil ocasiões. A revelação foi publicada pela colunista Bela Megale, do jornal O Globo, nesta sexta-feira (20).

Entre os alvos monitorados, estão cerca de 1,8 mil pessoas, incluindo jornalistas, advogados, políticos, policiais e até ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que foram considerados adversários pela gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Na Operação Última Milha, para investigar o uso indevido do software, a PF executou dois mandados de prisão e 25 de busca e apreensão em vários estados, incluindo São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Goiás e Distrito Federal. O ministro Alexandre de Moraes, do STF, foi responsável pela expedição dos mandados.

Rodrigo Colli, especialista em contrainteligência cibernética da Abin, e Eduardo Arthur Izycki, oficial de inteligência, estão entre os detidos. Além disso, cinco diretores da agência foram afastados, incluindo Paulo Maurício Fortunato Pinto, secretário de Planejamento e Gestão da Abin.

Durante as buscas, a PF encontrou US$ 171,8 mil em espécie na residência de Paulo Maurício Fortunato Pinto. Caio Santos Cruz, filho do ex-ministro Santos Cruz, também é um dos investigados por supostamente representar a empresa que vendeu o software à Abin.

Caio Cesar dos Santos Cruz e seu pai, o general Carlos Alberto Santos Cruz. Foto: reprodução

De acordo com as informações reveladas pela agência, o contrato para uso do FirstMile teve início no final de 2018, na gestão de Michel Temer. O software, adquirido por R$ 5,7 milhões da empresa israelense Cognyte, permitia o monitoramento de até 10 mil celulares anualmente, com a capacidade de criar históricos de deslocamento e alertas em tempo real.

A Abin divulgou uma nota informando que o software em questão foi descontinuado em maio de 2021 e que uma investigação interna estava em andamento desde fevereiro deste ano. A agência afirmou que compartilhou informações com a PF e o STF e cumpriu as determinações de afastamento temporário dos servidores ordenadas pela Justiça.

Foto: Reprodução

LEIA TAMBÉM

Envie seu comentário