Por DCM
Alexandre Ferreira Dias Santini, ex-sócio do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) em uma loja de chocolates da Kopenhagen, que de acordo com o Ministério Público do Rio, teria sido utilizada para lavagem de dinheiro, agora faz ameaças de revelar tudo que sabe sobre o parlamentar e incriminá-lo.
Santini, na perspectiva de promotores que investigaram as “rachadinhas” do então deputado estadual do Rio de Janeiro, era uma espécie de “laranja de luxo” do filho “01” do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A informação foi divulgada pelo colunista Rodrigo Rangel, do Metrópoles.
“Se eu quiser, eu ponho o Flávio na cadeia. Com o que eu tenho nas mãos, ele vai ser preso. Conheço todos os detalhes de sua vida”, diz Santini.
Vale destacar que, desde o início da campanha eleitoral do ano passado, os dois estão envolvidos em um conflito. Nenhum deles explica as razões desse desentendimento e pessoas próximas a eles têm versões divergentes. Algumas alegam que a motivação é estritamente pessoal e quase íntima.
Santini tem utilizado as redes sociais para enviar indiretas a Flávio. Em um de seus posts, ele escreveu: “Não adianta tentar escapar, tudo é questão de tempo, pois provas não faltam para seus inúmeros ‘crimes na política’ que vão te levar para a PRISÃO”. No entanto, ele não menciona o nome do senador diretamente.
Santini está cobrando de Flávio uma quantia milionária em um acordo financeiro não esclarecido e não revela explicitamente o que sabe. Ele se coloca como alguém que detém informações confidenciais capazes de abalar a carreira do senador.
Em um documento de três páginas, Santini alega que saiu prejudicado ao abrir a Bolsotini Chocolates e Café Ltda com Flávio Bolsonaro, uma loja de chocolates localizada no shopping Via Parque, na Barra da Tijuca. Ele reivindica de Flávio a quantia exata de R$ 1.473.344,46, que ele considera devida.
Flávio não respondeu à ação judicial, e Santini está movendo ações legais para buscar o que afirma ser devido. No entanto, até o momento, não houve desfecho no processo.
Santini também afirma estar ciente de transações em dinheiro vivo, incluindo a compra de imóveis milionários por Flávio, bem como o pagamento de despesas pessoais com fundos de origem duvidosa, supostamente obtidos por meio da influência do senador no governo federal durante o mandato de seu pai como presidente, além de seu papel no caso de Fabrício Queiroz durante o escândalo das “rachadinhas”.
O ex-sócio de Flávio reforça sua disposição de compartilhar tudo o que sabe com as autoridades e afirma ter buscado a ajuda de advogados associados ao PT, que estariam dispostos a apoiá-lo e garantir a proteção necessária para que ele revele o que tem conhecimento.
Flávio Bolsonaro, por sua vez, admitiu estar recebendo os “recados”. “Ele tem mandado recados esquisitos para mim. Já me pediu dinheiro e eu não dei. Não quero dar linha para maluco. É um ex-sócio e ex-amigo”, declarou.
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