Por Brasil de Fato
Em meio aos capítulos da violência de Israel contra a Palestina, esta semana, o embaixador israelense no Brasil, Daniel Zonshine, promoveu uma reunião com parlamentares bolsonaristas e com a presença de Jair Bolsonaro no Congresso Nacional.
Em desacordo com as regras diplomáticas e a civilidade entre as nações, o encontro vai contra a Convenção de Viena, que rege as ações diplomáticas, que determina que os embaixadores estrangeiros não devem se imiscuir em assuntos internos e que os assuntos oficiais devem ser tratados com o Ministério das Relações Internacionais do país. Qual seria o objetivo do embaixador?
Este é um dos destaques do Tempero da Notícia, programa produzido pelo Brasil de Fato, que volta a ser apresentado pelo jornalista Rodrigo Vianna.
Guerra de narrativas
Também nesta semana circulou a informação em entidades israelenses, bolsonaristas e a imprensa alinhada a Israel de que a Polícia Federal prendeu brasileiros que seriam ligados a uma célula do Hezbollah, grupo inimigo de Israel presente no Líbano.
A conta oficial no Twitter do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu chegou a anunciar que a PF brasileira agiu a partir de informações do Mossad, serviço de inteligência de Israel. Mas nada ainda foi confirmado.
Na sequência os brasileiros, que estavam aguardando a autorização para cruzar a fronteira com o Egito e voltar ao Brasil, foram liberados. O bolsonarismo tentou vender a imagem de que foi Bolsonaro quem ajudou nisso, mas o feito é fruto de uma longa negociação diplomática do governo federal.
Apesar da autorização, a fronteira voltou a fechar nesta sexta-feira (10) e ainda
Na Faixa de Gaza seguem os ataques israelenses com bombardeios a civis, ataques a comboios da Cruz Vermelha e a hospitais. Um massacre que já deixou mais de 10 mil palestinos mortos, 4 mil são crianças.
Panela de Pressão
Quem vai para a Panela de Pressão nesta semana é a Enel, empresa privatizada de energia de São Paulo e o discurso neoliberal de privatização
Após as chuvas e o vendaval derrubarem centenas de árvores na região metropolitana de São Paulo no último final de semana, a empresa levou quase uma semana para consertar os estragos, o que deixou milhares de famílias sem energia, entre outros prejuízos.
O grupo italiano havia reduzido as equipes técnicas nas ruas e reabriu debate sobre privatização. Enquanto isso, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) quer privatizar também a água, Sabesp, e o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) falou em cobrar uma taxa nova para custear enterramento dos fios.
Cafezinho
O Cafezinho desta semana vai para o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), que organiza o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
O exame vinha em queda no período bolsonarista, até pelos ataques ao ensino universitário, mas as inscrições voltaram a crescer esse ano, quase 3 milhões de alunos fizeram a prova.
A prova também voltou a pautar o debate no Brasil, questões sobre agronegócio, riscos para Amazônia e a redação sobre o trabalho invisível da mulher nos cuidados domésticos.
Importante para valorizar de novo a educação pública e avançar no debate para rever a Reforma do Ensino Médio, aprovada após o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff. Enem serviu como símbolo dessa retomada e da revalorização da educação pública.
Foto: Willians Campos/ Brasil de Fato