Por Itatiaia
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), disse nesta quarta-feira (22), que sua gestão “está de acordo” com a proposta de passar ao governo federal o controle de empresas estatais mineiras. Essa é uma das possibilidades colocadas na mesa de negociação para abater o valor da dívida pública que o estado possui com a União e que está na casa dos R$ 160 bilhões.
Zema está em Brasília nesta quarta-feira (22), onde participa de reuniões sobre o assunto. Mais cedo, ele se encontrou com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD) e, ainda na tarde de hoje, se reúne com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT).
A proposta de federalizar empresas estatais, como a Codemig, Cemig e Copasa, das quais o Governo de Minas tem controle acionário, foi citada pelo senador como uma “alternativa” ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), defendido pela gestão de Zema desde o início do seu primeiro mandato. No final de outubro, o governo Zema enviou um ofício ao ministério comandado por Haddad para consultar a pasta sobre a federalização da Codemig.
Nas últimas semanas, com a tramitação da proposta que pede autorização aos deputados estaduais para que o estado de Minas possa aderir ao RRF, outros personagens entraram no debate.
Há cerca de uma semana, Pacheco se reuniu com o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), deputado Tadeu Martins Leite (MDB) para tratar do assunto. Ambos criticaram o plano de Zema ao dizer que ele penaliza o funcionalismo público e que não resolve o problema da dívida. Conforme estimativas sobre o Plano de Recuperação Fiscal, apesar dos nove anos de duração – em que o estado teria condições mais facilitadas para pagar as prestações da dívida – o débito saltaria de R$ 160 bilhões para R$ 210 bilhões.
Outro personagem que também entrou na discussão foi o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD). Único mineiro na Esplanada dos Ministérios, o pessedista esteve em reunião nesta terça entre Pacheco, Tadeu Martins Leite e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O ministro disse estar “confiante” em uma solução e que só haverá saída para o problema da dívida do estado com uma “construção conjunta”, mas critica Zema por ter demorado a abrir diálogo com o governo federal.
“Eu acho que deveria ter sido antes essa discussão, falei que a pirraça não contribuía, que precisava sentar na mesa com a União. Durante o governo Bolsonaro essas questões não avançavam, podia ter minimizado os impactos da dívida e podíamos estar em outra situação”, diz.
Foto: Gil Leonardi/Imprensa MG